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Por G1 AC

Foto: Reprodução/Facebook

Foto: Reprodução/Facebook

Uma publicação da coordenadora pedagógica da Escola Delzuite Barroso, em Tarauacá, interior do Acre, mobilizou uma corrente de doações para uma família carente. A coordenadora recebeu uma carta da mãe de um aluno em que justifica a ausência do filho na escola.

Na cartinha, a mãe diz que o filho vai faltar porque vai para o matadouro da cidade procurar ossada para a família comer. A correspondência foi entregue por uma irmã do aluno para a coordenadora na terça-feira (10).

“Diretora, eu mando lhe dizer que [aluno] não vai hoje pra escola porque ele vai pro matadouro atrás de ossada para nós comer (sic), pois aqui em casa não tem nada. Nem tenho dinheiro para comprar, está faltando tudo na minha casa, só não falta a saúde graças a Deus”, explica na carta.

O G1 disse que tentou contato com a mãe do aluno, mas foi informado que a família é muito carente e não tem aparelho celular.

Postagem
Sensibilizada com a situação, a coordenadora Marleide pediu autorização da escola e postou a carta em na rede social dela. Para não expor o aluno, a coordenadora usou o nome fictício de João para contar a história.

“Me senti, como mãe, sensibilizada pela situação. Me coloquei como mãe. Pedi autorização para postar, a direção autorizou e postou. Só que em nenhum momento achei que ia repercutir tanto, achei que apenas as pessoas de Tarauacá iam ver e ajudar. Mas, isso ganhou uma proporção tão grande que, ao mesmo tempo, fiquei muito feliz”, contou.

A profissional disse que após a postagem a família já ganhou vários sacolões e doações em dinheiro também. Em dois dias, já foram doados R$ 600 para a família do aluno. Nesta quinta, Marleide visitou a mãe do estudante.

“Fomos de manhã na casa, e ela disse que tem a necessidade de comprar uma bomba mergulhão, mangueiras para levar água até a casa dela porque pega água de um local distante. Vamos reverter a doação na compra desses materiais”, complementou.

Criança é acostumada a buscar comida em matadouro
Ainda segundo a coordenadora, a família é composta de várias crianças e adultos. A mãe do aluno não trabalha. Durante a visita, a Marleide descobriu que é comum a família buscar comida no matadouro do município.

“Disse que ele é acostumado fazer isso, mas queria justificar a falta. De imediato, decidimos ajudar. Eles recebem benefício [do governo], mas família é grande. Além dos filhos dela, tem uma filha que tem criança pequena e moram todos juntos. Os poucos que ganham compram outras demandas, começou o ano escolar, teve que comprar material e faltou [dinheiro]”, lamentou.

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