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Sérgio Sepúlveda viajou ao Nepal na companhia do amigo Juba Tenório, que está sumido | Foto: Sérgio Sepúlveda/Arquivo pessoal

“Eu me sinto como se tivesse nascido de novo. Até minha família falou como é que eu podia desistir de uma viagem por causa de uma infecção e me livrei de um terremoto? Minha mulher, que está grávida de trigêmeos, ficou muito nervosa. Mas eles já sabem que estou bem e vivo. Sou muito grato a Deus por isso”. Este é o relato do baiano Sérgio Sepúlveda, de 50 anos, que deixou o Nepal no mesmo dia da tragédia que matou mais de duas mil pessoas. Sérgio é amigo de Manuel Tenório, de 52 anos, analista do Tribunal de Justiça na Bahia (TJ-BA) que está desaparecido no Nepal. Eles viajaram juntos no dia 10 de abril com o objetivo de fazer um roteiro espiritual pela Índia e Nepal. O empresário de eventos indianos, natural de Itabuna, cidade do sul da Bahia, é casado há 5 anos e tem cinco filhos. Sérgio relatou ao G1 na tarde desta domingo (26) que precisou voltar do Nepal um dia antes do terremoto após se sentir mal com uma infecção intestinal. Ele ainda contou que teve uma intuição decisiva para o encerramento da viagem com antecedência. Sérgio voltaria apenas no dia 2 de maio. “Antes de desistir estava me sentindo mal e com vontade de ir embora, mas não falei com o Manuel porque achei que ele fosse se chatear comigo. Quando revelei que queria voltar, ele falou ‘Pode seguir seu caminho que você está com saudede de casa. Eu tenho o meu karma e você tem o seu’. Com isso, voltei no sábado (25) para o Brasil e ele seguiu para a cidade de Katimandu, em Nepal”, relatou.

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Manuel Tenório manteve contato com a esposa no último sábado, antes do terremoto | Foto: Arquivo pessoal

Após chegar ao Brasil, o empresário disse que a primeira notícia que recebeu foi sobre a tragédia. Ele relata que falou com o amigo pela última vez por meio da rede social, por volta das 4h da madrugada de sábado. “Eu sinto um alívio muito grande. Saber que fiquei livre daquele perigo. Ao mesmo tempo, estou super aflito por meu amigo estar lá. Ele falou comigo a última vez, por volta das 4h”, revela Sérgio Sepúlveda, que também está sem notícias do analista do TJ-BA. Ele ainda contou que voltaria apenas no dia 2 de maio, caso não tivesse infecção intestinal. “Fui em uma farmácia no Nepal e eles me medicaram. Mas, assim que cheguei aqui [no Brasil] a dor passou”, disse. Sérgio e Manuel são amigos há um ano, praticam meditação juntos e fazem parte de uma organização religiosa chama de “Self-Realization Fellowship”.

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