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Com informações do Estadão e Uol

Foto: Alan Santos/PR

Foto: Alan Santos/PR

O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), fez na quarta-feira (27) um apelo aos caminhoneiros para que desistam da paralisação da categoria, programada para a semana que vem. Ele confirmou a intenção do governo de reduzir tributos sobre o diesel para aliviar a pressão do reajuste do combustível sobre o bolso dos caminhoneiros, mas ressaltou que “não é uma conta fácil de ser feita”. Cada centavo de redução no PIS/Cofins sobre o diesel teria impacto de R$ 800 milhões nos cofres públicos. “Reconhecemos o valor dos caminhoneiros para a economia, apelamos para eles que não façam greve, que todos nós vamos perder”, pediu o presidente.

O presidente atribuiu os preços elevados do combustível à carga de impostos, sobretudo estaduais. “O diesel, na refinaria, o preço está razoável, mas até chegar na bomba de combustível tem ICMS, tem margem de lucro, tem transportador, tem muito monopólio no meio disso”, afirmou. “A solução não é fácil e estamos buscando uma maneira de não ter mais esse reajuste (para o diesel). Porque os impostos federais, a gente sempre disse, eu estou pronto para zerar, a gente vai para o sacrifício, mas gostaria que o ICMS acompanhasse também essa diminuição”, acrescentou.

Entusiástico apoiador de Bolsonaro até o ano passado, o presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido como Chorão, respondeu que “nesse momento esse apelo não nos convence”, diz Chorão. “Quem está fazendo apelo desde 2018 somos nós”.

Chorão disse que avanços conquistados pela categoria não foram postos em prática pelo governo. “Queremos que ele chame o ministro Tarcisio Freitas, da Infraestrutura, o pessoal da Agência Nacional de Transporte Terrestre e coloque fiscalização para garantir as nossas conquistas legais, como o piso mínimo do frete, a isenção do pedágio para o caminhoneiro contratado e outros itens”, diz o presidente da Abrava. A isenção da carga tributária sobre os derivados de petróleo é mais uma entre várias reivindicações.

A categoria dos caminhoneiros foi uma das que manifestou grande apoio à campanha de Bolsonaro à Presidência, em 2018. Chorão era um desses apoiadores. Agora, o líder caminhoneiro se diz traído pelo presidente da República que, segundo ele, não cumpriu suas promessas de campanha. Outras entidades da categoria pensam o mesmo e a adesão à greve anunciada para o dia 1º de fevereiro tem crescido. “A cada dia que passa está aumentando mais a temperatura”, avalia ele.

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