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Por g1 AP

Max Tony Matheus dos Santos e Marcielle Lima Santos no casamento civil | Foto: Tjap/Divulgação

O que era para ser o fim de um relacionamento de mais de 10 anos se tornou um recomeço na vida do casal Max Tony Mateus dos Santos e Marcielle Lima Santos. Na segunda-feira (20), eles iriam assinar a dissolução da união estável, mas uma conversa com servidores do Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap) fez os companheiros desistirem do término e mais do que isso: eles se casaram no dia seguinte.

O fato inusitado ocorreu no fórum da cidade de Pedra Branca do Amapari, no Centro-Oeste do Amapá. O casal chegou a ir até a Comarca para a assinatura da dissolução da união estável, mas após diálogo com servidores aconteceu a decisão pelo casamento civil.

O Tjap explicou que Max Tony e Marcielle foram recebidos pela mediadora Nilce Ferreira e o conciliador Elivaldo Silva, que perceberam que ainda havia bons sentimentos entre o casal e, por isso, usaram técnicas de constelação familiar e círculo restaurativo para que Max e Marcielle se reconciliassem.

“A gente viu que ainda existia algo em comum entre nós dois. Aí ela [mediadora] perguntou: ‘vocês querem casar hoje?’. Nós respondemos que não, que não dava. Aí ela falou: ‘vão para casa, relaxem e quando for amanhã vocês vêm bem arrumadinhos’. Aí no outro dia a gente voltou ao Fórum e eles tinham organizado casamento, comprado bolo e fizeram a cerimônia”, disse a esposa.

O casamento foi uma surpresa para ambos, mas eles conversaram e decidiram dar esse novo passo na relação.

“Foi tudo bem surpresa, ninguém esperava, mas foi algo muito emocionante. A conciliadora teve a sensibilidade em ver que ainda existia um sentimento entre nós dois. Algo que a gente não estava conseguindo ver, ela conseguiu em um único dia e poucas horas de conversa”, completou.

Max Tony Matheus dos Santos e Marcielle Lima Santos no casamento civil | Foto: Tjap/Divulgação

A mediadora Nilce Ferreira explicou que o casal estava separado há um ano, mas tentava a reconciliação. Com isso, a profissional conseguiu que os companheiros optassem pela conversão da união estável em casamento.

“Percebi que ainda existia amor entre os dois, que estavam muito emocionados. Expliquei todo o procedimento de conversão para o casamento e o fato foi comunicado à juíza da Comarca, que se colocou à nossa disposição”, relatou.

Eletricista de máquinas pesadas, Max falou que resolveu dar uma segunda chance para a relação com Marcielle porque percebeu que ainda é apaixonado por ela.

“Ainda existia amor entre eu e a minha esposa. Eu queria voltar e ela também, aí demos uma chance um para o outro. A gente sempre quis casar, mas nunca tinha tido a oportunidade”, comentou.

Há 11 anos em união estável, desde março o casal havia voltado a viver na mesma casa. No entanto, devido a problemas pessoais, Marcielle disse que não havia um bom diálogo com o companheiro.

“Nesse dia que a gente foi ao Fórum que a gente conseguiu conversar mesmo. A gente nunca tinha tido nenhum tipo de conversa, porque aconteceram muitas coisas, eu fiquei doente, minha filha engravidou, meu filho foi morar em outro estado e tudo isso fez eu ir me fechando”, disse Marcielle.

O casal não tem nenhum filho junto. Max tem dois filhos de 13 e 15 anos, já Marcielle é mãe de dois meninos de 15 e 18 anos e de uma menina de 17 anos.

A esposa contou que um dos fatores que causou o desgaste na relação foi o pouco tempo que o casal dedicava para a família. Por isso agora os planos são de passarem mais tempo ao lado dos filhos e viajando juntos.

“Nosso plano daqui para frente é curtir mais a família, porque a gente só falava em trabalho, trabalho, trabalho… Agora a gente quer fazer uma viagem para curtir a nossa família, junto com os nossos filhos. A gente não tinha esse momento e meu esposo sempre cobrava, mas nunca dava”, contou.

Após a situação curiosa no Fórum de Pedra Branca do Amapari, Marcielle descobriu a importância do diálogo na relação amorosa e orienta outros casais a buscarem ajuda antes da decisão pelo término.

“Se o casal tiver passando por problemas, uma terapia ajuda, sim. No nosso caso foi muito importante a conversa que a gente teve com o pessoal do Tribunal de Justiça. Se tem amor, por que não dar uma chance? A família é importante. Uma simples conversa fez toda a diferença”, opinou.

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