O Globo
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Foto: Ailton de Freitas / Agência O Globo

O senador Delcídio Amaral (PT-MS) acusou o presidente do PSDB, o senador Aécio Neves (MG), de receber pagamentos ilícitos de Furnas e de ter atuado para maquiar dados do Banco Rural obtidos pela CPI dos Correios. Isso porque a quebra dos sigilos da instituição financeira, envolvida no escândalo do mensalão, comprometeria vários políticos tucanos, entre eles o próprio Aécio. Delcídio diz, inclusive, que a operação teve participação do atual prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), na época deputado pelo PSDB e integrante da CPI, que funcionou de 2005 a 2006 e era presidida por Delcídio. As informações fazem parte do acordo de delação premiada homologado pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em depoimento prestado em 14 de fevereiro, quando ainda estava preso, Delcídio relatou que, durante a CPI dos Correios, houve incômodo por parte do PSDB em relação à quebra dos sigilos do Banco Rural. “Aécio Neves enviou emissários para que o prazo de entrega das quebras de sigilo fossem delongados, com a justificativa ‘entre aspas’ de que não haveria tempo hábil para preparar essas respostas; que, um desses emissários foi o então secretário-geral do PSDB Eduardo Paes”, diz trecho do termo de colaboração de Aécio. Delcídio disse ter sido convencido, achando que o pedido era razoável, mas depois percebeu que fora enganado. “Foi com surpresa que o declarante percebeu, a receber as respostas, que o tempo fora utilizado para maquiar os dados que recebera do Banco Rural”, diz parte do termo.

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