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Por Andréia Sadi, via g1

Foto: Brasil247/Reprodução

Na reta final da campanha antes do 1º turno, diferente setores do mercado e do empresariado intensificaram as conversas com o QG de Lula (PT) em busca de definições ou sinalizações para um eventual ministério da Economia – caso Lula seja eleito.

Mesmo sem indicações de quem seria a preferência de Lula na área, esses segmentos buscam a garantia de que um nome preocupa e gera resistências: Aloizio Mercadante, responsável pelo plano de governo do PT.

A resistência a Mercadante se dá pois veem ele como parte da velha guarda do partido e estes setores avaliam que, desse grupo, não há mais outros nomes igualmente rejeitados – caso de José Dirceu e Delúbio Soares, por exemplo, que deixaram postos de liderança do partido após o mensalão.

A volta ao poder do chamado “entorno” do PT tradicional é tratado em reuniões entre empresários e assessores de Lula como preocupante.

No caso de Mercadante, estes empresários avaliam o petista como um político de difícil trato e atribuem a ele parte dos erros cometidos pela articulação política do governo Dilma – entre 2011 e 2016, ano do impeachment.

O temor é que, com ele no posto maior da Economia, falte interlocução com o Congresso eleito neste ano – que deve reforçar o perfil conservador – para conseguir aprovar agendas de um eventual governo Lula/Alckmin e, pior: defenda a revisão de matérias importantes para o segmento empresarial.

Em conversas reservadas, os empresários que pedem estas sinalizações citam como histórico que Mercadante inviabilizou o diálogo com o Congresso justamente no período do impeachment.

No cenário traçado pelo mercado a petistas, os nomes citados como melhores opções são, por exemplo, o do economista Pérsio Arida (um dos idealizadores do Plano Real e ex-presidente do Banco Central no governo FHC) e até do candidato a vice, Geraldo Alckmin (PSB).

Mas o nome de Alckmin, se agrada empresários, encontra resistência por parte do PT tradicional pois a avaliação é de que ele seria “indemissível” pelo fato de ser o vice na chapa de Lula.

Outro citado é Josué Gomes da Silva, atual presidente Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e filho do vice de Lula em seus dois governos, o político já falecido José Alencar.

Ao não cravar o nome de quem ocupará a Economia – se ganhar –, Lula “preserva” o quadro que pensa para a vaga, na avaliação de assessores.

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