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Por g1 BA e TV São Francisco

Escola pública da Bahia é a primeira do norte e nordeste do Brasil a receber certificação ‘Lixo Zero’ por ONG internacional | Foto: Reprodução/TV São Francisco

A Escola Municipal Anísio Teixeira, localizada em Irecê, no norte da Bahia, foi a primeira do norte e nordeste do Brasil a receber a Certificação Lixo Zero por uma ONG internacional em 2023. A conquista aconteceu após a instituição conseguir reaproveitar 96,4% dos resíduos produzidos que iriam para o aterro sanitário.

Na instituição de ensino, que fica na comunidade quilombola Lagoa Nova, quase tudo é reaproveitado. Desde a decoração das paredes até os materiais utilizados no aprendizado didático. A palavra sustentabilidade é regra entre os estudantes.

“É muito legal, nós viemos para o quintal todos os dias molhar as plantas e reutilizar as coisas. Também trabalhamos nas salas de aulas a separação do papel, para fazer papel reciclável”, contou a aluna Lara Oliveira, de 11 anos.

O diretor da escola, Arnobson dos Santos, considerou a conquista da certificação como um marco.

“Essa Certificação Lixo Zero representa algo muito importante para a gente. Foi toda uma construção pedagógica envolvendo alunos, professores e funcionários na perspectiva de mudar os hábitos de vida com a sustentabilidade”, explicou o diretor.

A escola não tem lixeiras na área comum. Dentro das salas, os alunos colocam papéis e as aparas de lápis em caixas de papelão. Os outros resíduos são colocados em uma área que funciona como um “residuário”.

Escola pública da Bahia é a primeira do norte e nordeste do Brasil a receber certificação ‘Lixo Zero’ por ONG internacional | Foto: Reprodução/TV São Francisco

Nela, há espaço para separação de itens como plásticos, restos de canetas, pedaços de lápis.

“Tem uma caixa que os alunos colocam papéis, que quando enche, o material é levado para o residuário. Com o papel usado, a gente faz outro papel novo”, disse a estudante Clara Vitória Silva, de 12 anos.

O diretor da escola, Arnobson dos Santos, explicou que os materiais só são levados para o aterro sanitário quando não podem ser reutilizados.

O sistema mais recente implantado na escola foi a construção de blocos de plástico. A maior parte do material sai da cozinha e a tarefa é desempenhada por todos da escola.

“A gente põe plástico mole dentro da garrafa, depois amassamos e fazemos o tijolo”, disse a aluna Alexia Santos de Jesus, de 10 anos.

Escola pública da Bahia é a primeira do norte e nordeste do Brasil a receber certificação ‘Lixo Zero’ por ONG internacional | Foto: Reprodução/TV São Francisco

Futuramente, os blocos devem ser usados em projetos da escola. Ao lado do ponto de coleta, fica o quintal produtivo. No local, os estudantes aprendem na prática como conviver com o meio-ambiente. O espaço verde foi construído com o sistema agroflorestal.

“O agroflorestal veio justamente para mostrar para as pessoas essa possibilidade de acúmulo de adubo, melhorias no terreno e proteção contra os raios solares. Temos várias tecnologias sociais de convivência com semiárido como a horta econômica e a compostagem”, contou o professor de Agroecologia, Adalberto Martins.

Cerca de 80% dos resíduos produzidos na escola são orgânicos. Os materiais são usados na área de compostagem e após três meses, viram adubo orgânico.

“A gente pega uns galhos secos, mede o lugar onde vai ser a composteira, coloca a linha e vai completando com o resto de comida que vem da cozinha”, relatou o estudante Pedro Lima Rodrigues, de 11 anos.

Desde 2021 a Escola Municipal Anísio Teixeira mudou os hábitos e passou a impactar a vida dos estudantes e da comunidade. A meta para 2024 é ser mais sustentável e atingir a marca de 98% no quesito Lixo Zero.

“A ideia é que a gente possa conviver da melhor forma possível com o meio-ambiente. Entendemos que nós, seres humanos, somos parte da natureza”, projetou o diretor da escola.

Escola pública da Bahia é a primeira do norte e nordeste do Brasil a receber certificação ‘Lixo Zero’ por ONG internacional | Foto: Reprodução/TV São Francisco

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