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Foto: Divulgação

Uma pesquisa realizada entre os meses de setembro e meados de novembro deste ano pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) mostra os efeitos da forte crise que se instala nas cidades brasileiras. De acordo com a entidade, dos 4.080 municípios pesquisados, 98,5% afirmaram sentir os efeitos da crise em sua região. Entre as áreas mais afetadas estão educação e saúde. Segundo dados do estudo, 2.844 municípios enfrentam problemas no custeio da educação. Para mais da metade desse grupo (58%), os recursos são insuficientes para manter as frotas de transporte. Quase na mesma intensidade, aparece a escassez de recursos para o pagamento do Piso do Magistério, dificuldade citada por 56% dos gestores. Também foi verificado dificuldades para lidar com a falta de merenda (21%) e o fechamento de escolas (8,3%).

A crise se manifesta de modo ainda mais grave na saúde. Cerca de 3.350 municípios relatam dificuldades com relação a essa área. O principal problema é a falta de medicamentos, mencionada por 66% deles. Em segundo lugar aparece a falta de profissionais da área, com 44% das citações, seguida da falta de médicos (40%). Porém, esses não são os únicos entraves. A paralisação dos equipamentos de saúde foi realidade para quase 30% dos municípios. Alguns deles, inclusive, registraram a retirada de ambulâncias de circulação e fechamento de postos de saúde.

Com tantos problemas, em duas áreas consideradas essenciais para a população, muitos gestores já começaram a tomar providências para amenizar os efeitos da crise. A mais comum foi reduzir as despesas de custeio, listada por 89% deles. O que quer dizer enxugar os custos com água, luz e material, por exemplo. Sem recursos, o corte de pessoal foi mais uma medida adotada para sobreviver. A redução do quadro de funcionários aparece em segundo lugar, com 58% das respostas. Logo em seguida, fica a redução de cargos comissionados (55%). O estudo revela ainda que 43% dos municípios brasileiros não vão conseguir fechar o ano com o pagamento em dia das despesas. A CNM conclui que, certamente, o cenário de instabilidade na economia brasileira aliado à queda de repasses vitais, como o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) torna a missão dos prefeitos de fechar as contas em dia quase impossível.

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