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Por Valdo Cruz

Bolsonaro e seu então ajudante de ordens Mauro Cid em 2019 — Foto: Adriano Machado/Reuters

A Polícia Federal recolheu material com potencial de mais provas do envolvimento de novos nomes do bolsonarismo no planejamento de um golpe no país.

Além do tenente-coronel Mauro Cid, do ex-major Ailton de Barros e do coronel Élcio Franco, o material apreendido pela PF aponta para outros personagens que também discutiam como evitar a posse de Lula na Presidência da República.

Os documentos, mensagens e celulares foram recolhidos na operação contra a falsificação de cartões de vacinação contra a Covid-19. O ex-presidente da República Jair Bolsonaro, inclusive, deve depor à PF no inquérito nesta semana.

As evidências devem reforçar outras apurações – entre elas, a que investiga a disseminação de notícias falsas sobre o sistema eleitoral.

Aliados de Bolsonaro avaliam que os dados que estão sendo divulgados vão acabar levando mesmo à inelegibilidade do ex-presidente da República, além de desgastar a imagem dele.

Isso deve levar a uma mudança de estratégia política pelo PL para as eleições municipais no ano que vem e a presidencial, em 2026.

A operação que investiga a falsificação de cartões de vacinação contra a Covid acabou encontrando também conversas sobre o planejamento de um golpe para evitar a posse de Lula.

Além das já divulgadas, outras foram encontradas e vão comprometer mais ex-assessores de Bolsonaro. “Eles tinham uma sensação de impunidade, de que nada iria acontecer com eles, por isso falavam abertamente de um golpe”, reclama um aliado do ex-presidente no Congresso.

Essas informações vão acabar reforçando a posição de ministros do Tribunal Superior Eleitoral que analisam inquéritos contra Bolsonaro por abuso de poder político e que podem levar à sua inelegibilidade.

Por sinal, dentro do PL, isso já é dado como certo. O partido deve tentar usar a estratégia de transformar o ex-presidente em “vítima” e usá-lo como cabo eleitoral. “Mas tudo depende do que ainda será publicado e pode comprometer ainda mais o Bolsonaro”, alerta um aliado.

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