Foto: Divulgação

Com custos em alta e receitas em queda, as prefeituras baianas enfrentam a pior crise financeira dos últimos sete anos. Seca, enchentes, queda de receitas, dívida previdenciária, ‘calotes’ de recursos acordados com governos estadual e federal, elevação de salário mínimo e piso do Magistério foram problemas discutidos entre os prefeitos na Assembleia Geral Extraordinária que a diretoria da União dos Municípios da Bahia (UPB) realizou na manhã desta quarta-feira (13) com prefeitos associados.

Em ano de eleições municipais, o depoimento da maioria dos prefeitos expressou a desmotivação notória, especialmente neste momento de queda das receitas. Na Bahia, 298 gestores podem concorrer à reeleição este ano, porém os cofres vazios e o consequente engessamento das administrações deve prejudicar a atuação deles nas urnas. A falta de repasse de recursos do Governo Federal para o custeio de programas sociais é a principal queixa. A presidente da UPB e prefeita de Cardeal da Silva, Maria Quitéria, apontou essa questão, acrescentando que “todos os problemas enfrentados pela administração pública são resultado da falta de recursos”. Ressaltou ainda que as dificuldades enfrentadas são muito grandes e comuns a todas as gestões.

Foto: Divulgação

Presente à reunião, o prefeito de Santaluz, Zenon Nunes Filho, informou que teve uma perda de mais de 30% da receita, além de ter enfrentado problemas com a queda de arrecadação dos impostos municipais devido à paralisação das atividades do Projeto C1 Santaluz, da mineradora Yamana Gold. “A queda de receita foi brutal. Além das dificuldades com o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), cujo repasse total em 2015 apresentou queda quando comparado ao montante repassado em 2014, e as dificuldades com o atraso, ou até mesmo a falta de recursos dos governos federal e estadual, que não repassam suas obrigações em dia, ainda tivemos a paralisação das atividades da Yamana Gold em nosso município, sem contar com a seca, o que ocasionou queda de receita com impostos municipais e, consequentemente, dificuldades na economia local. E, além de todas essas dificuldades enfrentadas pela gestão no ano passado, ainda começamos 2016 sem recursos da saúde e educação, o que torna as coisas ainda mais difíceis, pois temos despesas extras como o reajuste do salário mínimo e do piso do magistério, que ainda não tem definição de valor, mas já se prevê acréscimo superior ao mínimo”, afirmou Zenonzinho, destacando que mesmo com todas as dificuldades impostas pela crise, o município tem conseguido honrar compromissos importantes como pagamento de servidores e fornecedores, além de manter as contas em ordem.

Foto: Divulgação

“Tivemos que fazer um esforço enorme, tomando inclusive algumas medidas impopulares, para manter a casa em ordem, mas, graças a Deus, mesmo com toda essa dificuldade, conseguimos terminar o ano de forma positiva, celebrando a aprovação das nossas contas de 2014, o que é um alívio para qualquer gestor do país em tempos de crise como esse”. Durante o encontro, Zenonzinho defendeu a mobilização permanente dos prefeitos, incentivando os gestores a continuarem pressionando os governos federal e estadual para tentar mudar o cenário difícil. “O momento é de dificuldade para todos, por isso, a mobilização deve ser conjunta. Portanto, nossa proposta durante o encontro na UPB foi a de intensificar as ações e em torno da luta pelo pacto federativo, que dará aos municípios a oportunidade de participar de maneira mais efetiva dos debates com os governos e garantirá a divisão mais justa dos recursos”, concluiu.

Redação Notícias de Santaluz

Deixo o seu comentário

comentário(s)