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Por G1

Foto: Paula Fróes/GOVBA

O ex-ministro da Educação e atual secretário da Educação de SP, Rossieli Soares, afirmou nesta quinta-feira (25) que a suspensão das aulas presenciais nas escolas trará “um problema geracional inestimável”. Para ele, isso pode afetar a qualidade do ensino superior.

Rossieli deu a declaração ao participar da cerimônia virtual de posse da nova diretoria do Semesp, entidade que representa as mantenedoras do ensino superior. A professora Lúcia Teixeira, presidente da Universidade Santa Cecília, assume a presidência da entidade após Hermes Ferreira Figueiredo deixar o posto. É a primeira vez que uma mulher ocupa esta posição na entidade.

Durante o evento, Rossieli propôs que as universidades se preparem e deem apoio aos futuros calouros para que possíveis déficits de aprendizagem sejam corrigidos. Afirmando ser defensor da educação básica, Rossieli defendeu que as redes de ensino atuem de forma articulada.

“A gente vai ter um problema geracional muito grande, inestimável ainda, e acho que um dos grandes pontos que a gente precisa começar a discutir é como o ensino superior vai receber estes alunos”, afirmou Rossieli.

Ele citou o caso de alunos que fizeram o segundo do ensino médio em 2020 e, este ano, farão o terceiro e último ano desta etapa em meio ao ensino remoto, que não é acessível a todos.

“Muitas instituições de ensino superior falam sobre como recebem estudantes com déficits de aprendizagem. Se não cuidarmos, se não tivermos processo de apoio, isso vai se refletir na instituição com indicadores de avaliação do ensino superior, que terão resultados piores em cinco, seis, sete anos”, avalia Rossieli.

“Pelo bem da educação básica, e também pelo bem do ensino superior, a gente precisa aproximar mais essas agendas”, propôs o ex-ministro.

O encontro também contava com a presença do atual ministro da Educação, Milton Ribeiro, e do presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Danilo Dupas Ribeiro. Os dois deixaram a reunião antes do fim, sem se pronunciar.

Uma das novas formas de ingresso ao ensino superior, proposta pelo governo federal, está sob ameaça. O governo cogita suspender as provas do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) em 2021 porque as escolas estão fechadas devido à pandemia e porque o orçamento do Ministério da Educação (MEC) poderá ser reduzido. Havia uma expectativa que o ministro e o presidente do Inep, responsável pelo exame, se pronunciassem sobre o caso.

Até então, o Saeb avaliava o aprendizado de alunos do 2º, 5º e 9º ano do ensino fundamental e do 3º ano do ensino médio, em português e matemática.

A partir de 2021, entraria a avaliação dos alunos do 1º ano do ensino médio em todas as disciplinas, o que ganhou o nome de “Enem seriado”.

O Enem é o Exame Nacional do Ensino Médio, uma prova única feita ao fim da conclusão desta etapa de ensino.

A proposta do Saeb era avaliar os alunos ao fim de cada ano do ensino médio. A média das notas das três provas iriam compor o desempenho do “Enem seriado” e representariam mais uma forma de concorrer às vagas nas universidades.

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