Corpo carbonizado é encontrado dentro de porta-malas de carro incendiado na zona rural de Araci
Um carro incendiado com um corpo carbonizado dentro do porta-malas foi encontrado nesta sexta-feira (13), na localidade conhecida como Torre, nos arredores do povoado Laranjeira, zona rural do município de Araci, na região sisaleira da Bahia. A Polícia Militar informou que o corpo é de um homem de 37 anos, morador de Araci, que estava desaparecido desde a última quarta-feira (11). Conforme a PM, a vítima apresentava marcas de perfuração no crânio. A polícia informou ainda que o corpo e o veículo, que ficou completamente destruído pelo fogo, foram encontrados por moradores da região. Autoria e motivação do crime serão investigadas pela Polícia Civil.
Notícias de Santaluz
Mulher morre na Bahia após ser atacada por três cães da raça rottweiler
Por g1 BA
Uma mulher morreu nesta sexta-feira (13) após ser atacada por três cachorros da raça rottweiler em Ilha Grande, na cidade de Camamu, no baixo sul da Bahia. As informações são da Polícia Civil. Maria Bárbara Conceição de Jesus andava pela ilha quando foi surpreendida e mordida pelos cães. Informações inicias apontam que os animais eram de uma propriedade privada e não costumavam ficar soltos na região. Não há detalhes de como os cachorros conseguiram sair do imóvel. Caseiros que trabalham na propriedade foram à delegacia para prestar esclarecimentos. O caso é investigado pela Polícia Civil.
Monumento em homenagem a Santa Dulce dos Pobres é inaugurado em Salvador
Um monumento em homenagem a Irmã Dulce, a primeira santa nascida no Brasil, foi inaugurado pela Secretaria de Turismo da Bahia nesta sexta-feira (13), no Santuário Santa Dulce dos Pobres, no Largo de Roma, em Salvador.
O monumento em bronze tem cinco metros de altura e assinatura do artista plástico Félix Sampaio, que em sua obra retrata Santa Dulce dos Pobres em ação, acolhendo uma criança e olhando para o futuro.
A cerimônia é parte da programação em comemoração aos quatro anos de canonização do ‘Anjo Bom da Bahia’, como a religiosa ficou popularmente conhecida.
De acordo com Maria Rita Pontes, superintendente das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), o tributo é um reconhecimento da importância do trabalho de Irmã Dulce em prol dos necessitados: “é um lembrete constante de que a solidariedade e a compaixão são valores que devem guiar nossas vidas”.
A cerimônia de Canonização de Irmã Dulce aconteceu no dia 13 de outubro de 2019, no Vaticano, presidida pelo Papa Francisco. Oficialmente, ela passou a ser chamada de Santa Dulce dos Pobres, tendo como data litúrgica o dia 13 de agosto. A freira, conhecida como o Anjo Bom da Bahia, se tornou a primeira santa de nosso tempo nascida no Brasil e sua canonização é a terceira mais rápida da história (27 anos após seu falecimento), atrás apenas do Papa João Paulo II (9 anos após sua morte) e de Madre Teresa de Calcutá (19 anos após o falecimento da religiosa).
Notícias de Santaluz
Baiano de 13 anos é aprovado em 8 programas de universidades internacionais nas áreas da neurociência e inteligência artificial
Por g1 BA e TV Santa Cruz
Um estudante baiano, de apenas 13 anos, foi aprovado em oito programas de universidades internacionais nas áreas da neurociência, medicina, relações internacionais, psicologia e inteligência artificial, voltados para estimular o aprendizado de outros alunos com aparatos tecnológicos.
“Nesses programas de verão, os estudantes vão para universidades de renome para estudar por um período de tempo como se fosse universitário. Por exemplo, eu fui aprovado no da 2ª melhor universidade do mundo, Cambridge, na Inglaterra”, contou o garoto, que conseguiu uma bolsa de 50% por causa do mérito acadêmico para estudar neurociência.
“Esses programas de verão são para estudantes de alta relevância, com grandes currículos, boas notas, que estão sempre buscando uma educação melhor”, completou.
Para a família de Kauan Peruna, que estuda no Colégio da Polícia Militar de Ilhéus, no sul da Bahia, as aprovações são resultado de muito incentivo, estudo e vontade de voar alto.
Kauan Peruna cursa o oitavo ano do ensino fundamental. Com o inglês intermediário, o garoto tem buscado conhecimento dentro de casa mesmo, através da internet, dos livros, de plataformas de estudo que ganha, ao participar de competições e da força de vontade.
O estudante coleciona medalhas pelo bom desempenho na escola, em atividades que estimulam o conhecimento científico. Ele é filho único de Sheila Nascimento, que não esconde o orgulho e é uma grande incentivadora nos estudos.
“Kauan, desde novo, sempre gostou muito de estudar, nunca gostou de tirar nota baixa. Uma vez, quando era mais novo, tirou 8 em uma média e chegou em casa chorando”, disse a mãe do menino.
Sheila Nascimento disse que precisou trabalhar esse comportamento com o filho.
“Eu falei com ele: ‘Muitas vezes você vai ganhar, outras vai perder e é normal”, pontuou.
O pintor Erinaldo Peruna nem chegou a completar o ensino médio, mas nunca mediu esforços para investir e ser um incentivador do filho.
“Sempre incentivamos e ficamos lado a lado com ele. Se depender do pai dele, vou trabalhar, bater muito rolo, deixar tinta nas paredes, mas ele vai conquistar”, disse orgulhoso.
“Eu peço sempre a Deus que antes dele me levar, quero vê-lo formado”, contou Erinaldo Peruna.
O diretor da escola em que Kauan Peruna estuda, major Edson Brito Júnior, disse que a instituição se esforça para que os alunos recebam estímulos e incentivos, voltados para a ciência e a pesquisa.
“Temos diversos projetos voltados para a iniciação científica e que tem dado resultados. Existe a valorização do corpo discente, da Secretaria de Educação do Estado e os alunos que se apaixonaram pela ciência”, disse o diretor.
Conforme o major Edson Brito Júnior, alunos do colégio foram premiados recentemente por identificarem quatro asteroides na Olímpiadas Brasileira de Astronomia.
“Nós temos diversos alunos que são premiados nas olímpiadas que se inscrevem, especialmente na Olímpiadas Brasileira de Astronomia, onde quatro asteroides já foram identificados por alunos nosso e estão em fase de certificação”, revelou.
E quando questionado sobre onde quer chegar, Kauan Perna não hesita.
“Futuramente estudar no exterior, nas melhores universidades do mundo como Havard, Cambridge, ou no Estados Unidos. Estudar relações internacionais, biomedicina e alguma área relacionada a pesquisa”, disse o estudante.
A família do garoto contou que se organiza para ano que vem, ou no máximo em 2025, Kauan viajar para estudar em Boston, pelo programa de pesquisa biomédica, cirúrgica, engenharia e tecnologia.
Pedreiro na Bahia investe mais de R$ 20 mil na construção de helicóptero com motor de fusca e cadeira de ônibus
Por g1 BA
Dentro de uma pequena garagem na cidade de Capim Grosso, a 278 km de Salvador, Antônio de Matos, de 43 anos, começou a construir o sonho de infância: um helicóptero. Com motor de carro e banco de ônibus, a aeronave construída nos últimos cinco anos deverá voar a 300 metros do chão e seu custo de produção ultrapassou R$ 28 mil.
De família humilde, Antônio só pôde estudar até o 6º ano do ensino fundamental. Depois, precisou trabalhar em uma fazenda e também atuou como encanador, eletricista, mecânico e pedreiro – profissão que exerce atualmente.
Sempre curioso por novos aprendizados e com facilidades com os números, Antônio na infância construía aviões com latas e pedaços de madeira. Em 2018, comprou um livro que o inspirou na montagem do helicóptero e contou com o apoio de conhecimentos coletados na internet.
Na época, ele nunca tinha voado em uma aeronave.
“Comprei um livro, fui para a internet e conheci muitos pilotos que me apoiaram. Eles me ajudaram com o projeto e me incentivaram a continuar.”
Antônio se divide entre o trabalho de pedreiro e a construção do helicóptero, feito durante as madrugadas. Ele aprendeu os conceitos de aviação e foi o responsável por toda a parte elétrica, mecânica e arquitetônica do projeto.
Para executar o projeto, cortou gastos e passou a andar a pé para comprar as ferramentas e materiais necessários.
Apesar dos custos estarem acima dos R$ 28 mil, é possível afirmar que o baiano está economizando: no mercado, um helicóptero é vendido a partir de R$ 1 milhão.
O helicóptero
Famoso em Capim Grosso, o helicóptero de Antônio está praticamente concluído. Com 220 kg, a aeronave comporta apenas uma pessoa e deverá voar na altura de 300 metros, o equivalente a 1.500 pés.
Feito com motor de fusca, bastante usado em aeronaves pequenas no meio da aviação, o baiano pretende turbinar a tecnologia para que o helicóptero fique mais potente.
Além disso, a aeronave é revestida com fibra e ferro. Para o baiano, o material mais indicado na construção seria alumínio aeronáutico, mas além de ser bastante caro, ele não é encontrado em Capim Grosso.
O objetivo é que o helicóptero voe durante duas horas, uma distância de até 300 km. Apesar disso, Antônio não deseja ir para nenhum local específico. A satisfação do projeto está na construção.
“Saber que voou feito pela minha mão, vale demais”.
A primeira vez que o baiano voou em uma aeronave foi neste ano, ao ser convidado para participar de um encontro de aviação no Rio Grande do Norte. Ele fez o trajeto pela estrada, mas no evento teve a oportunidade de andar em diversos modelos. A felicidade foi tanta que Antônio chegou a pensar que, se morresse naquele momento, morreria feliz.
Regulamentações na aviação experimental
De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), aeronaves como a de Antônio, que foram construídas pelos próprios donos, se enquadram como “experimental”. Segundo o baiano, ele não precisou pedir autorização para construí-la, porque pesa menos que 250 kg. A agência confirmou que as aeronaves também são classificadas pelo peso.
Além disso, A ANAC solicita que o construtor guarde todos os comprovantes de aquisição do material, ferramentas e gabaritos usados, além de registrar todo o processo de produção, pois vistorias podem ser feitas posteriormente.
Para pilotar o helicóptero, será preciso um certificado de autorização de voo experimental emitido pela agência.
Caso o certificado seja concedido, o baiano precisará entrar em contato com o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) para entender em qual local e em quais condições poderá levantar voo.
Jovem morre após ser nocauteado em competição amadora de boxe; imagem é forte
Por g1 CE
Um jovem de 23 anos morreu na terça-feira (10) após sofrer um nocaute durante uma competição informal de boxe em Jijoca de Jericoacoara, no Ceará.
João Victor Penha, que aparece com short azul e amarelo na imagem, estava participando de um torneio chamado “UFC Jeri”, que ocorreu no sábado (7) em uma quadra pública do município. A luta de Victor foi a primeira do evento.
Durante o confronto com outro participante, ele foi atingido com um soco na cabeça. Imediatamente após o golpe, Victor cai no chão desmaiado. Conforme apuração do g1, o jovem chegou a receber socorro ainda no local do evento.
Victor deu entrada na Santa Casa de Sobral no dia 8, onde permaneceu internado até a terça-feira (10), quando faleceu. “Após a realização de exames, foi decretada morte encefálica do paciente, que evoluiu também para uma parada circulatória”, disse o hospital em nota.
Em nota de pesar publicada nas redes sociais, o evento lamentou a morte de Victor.
“Com muita tristeza no coração recebemos a notícia que Vítor não resistiu. Hoje o esporte chora. Lamentos profundamente essa perda e oferecemos todo nosso consolo à família. Pedimos que orem pelos familiares e por todos que foram afetados e arrasados por essa tragédia. Descanse em paz, Vítor, que o Senhor o tenha em bom lugar”, disse o evento.
Natural de Bela Cruz, município vizinho a Jijoca de Jericoacoara, Victor trabalhava como gestor de recursos humanos em um hotel da região turística. Ele completou 23 anos no último dia 21 de setembro.
Professor é demitido após denúncias de trocar fotos íntimas de alunos por gabarito de provas
Por Correio24horas
Denunciado pela troca de fotos íntimas dos alunos por gabarito de provas, um professor foi demitido do Colégio da Polícia Miliar – João Florêncio Gomes, no bairro da Ribeira, em Salvador. As suspeitas são de que o profissional estivesse coagindo os estudantes desde o ano de 2022.
Segundo a diretora pedagógica da escola, Ana Carine Morais, o homem atuava como assistente de coordenação e foi desligado da instituição no dia 10 de outubro, por conta das denúncias informais e os boatos que estavam circulando pelos corredores. Ela informou ainda que a escola está apurando as circunstâncias apresentadas na denúncia e conversando com estudantes para chegar encontrar a verdade por trás da denúncia, não importando qual seja.
Segundo a diretora, um documento para informar o desligamento do profissional será encaminhado à Secretaria de Educação (SEC). Ambos os diretores, pedagógico e militar, estão cientes da denúncia e do processo de apuração.
“O Corpo de Aluno, que é a sessão que averigua essas questões disciplinares, também já se encarregou de estar junto aos alunos buscando apurar essas questões”, afirma a diretora pedagógica do CPM-Ribeira. “Não existe nenhum tipo de ingerência ou de falta de atenção ou prevaricação com uma situação dessa. Afinal de contas nós nunca estivemos envolvidos numa história. O que tiver que ser comprovado, vai ser”, garantiu.
Brasil manterá a compra de diesel da Rússia para aliviar os preços, diz ministro
Por Bloomberg News
O Brasil continuará a importar diesel russo enquanto isso ajudar a conter os preços dos combustíveis para o consumidor brasileiro, disse o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em entrevista à Bloomberg News.
A Rússia consolidou sua posição como principal fornecedor do combustível para o Brasil neste ano, superando os EUA. Silveira, que está em Washington para discutir colaboração na transição energética, não vê pressão do governo do presidente Joe Biden para suspender as importações.
“Se a importação de diesel, seja russo ou de qualquer outro país, favorecer a diminuição de preço na bomba, então não é uma preocupação”, disse Silveira. Existe um “entendimento de que os países em desenvolvimento precisam expandir laços comerciais para se fortalecerem economicamente e combaterem a desigualdade”.
Os EUA e países aliados tentam limitar o fluxo dos chamados “petrodólares” para a Rússia para reduzir os fundos disponíveis para a guerra na Ucrânia.
A Petrobras compete com os importadores e seu plano estratégico para os próximos cinco anos terá como foco tornar o país autossuficiente na produção de gasolina e diesel, disse o ministro. A atual política de preços da estatal protegerá o país de uma oscilação nos preços dos combustíveis, caso a guerra entre Israel e Hamas se alastre para outras nações do Oriente Médio, avaliou.
A companhia leva em consideração os custos de produção doméstica no âmbito de uma nova política de preços de combustíveis anunciada em maio, que ajudará a amortecer o impacto da volatilidade nos mercados globais de petróleo, disse Silveira.
Apostador vence sozinho e leva US$ 1,77 bilhão em loteria americana
Por Bloomberg News
O bilhete vencedor da loteria americana Powerball foi vendido na Califórnia, com um único indivíduo levando para casa o prêmio de US$ 1,77 bilhão no sorteio de quarta-feira (11). O valor equivale a aproximadamente R$ 8,93 bilhões.
O prêmio foi o segundo maior pagamento da Powerball, depois da premiação de US$ 2,04 bilhões do ano passado, que também foi para um comprador de bilhete da Califórnia.
O vencedor do sorteio da última quarta-feira comprou seu bilhete no Condado de Kern, no sul da Califórnia. Foi o segundo sorteio bilionário consecutivo para a loteria nacional, com o vencedor anterior – também da Califórnia – levando o prêmio de US$ 1,08 bilhão em 19 de julho.
O vencedor de quarta-feira, que não foi identificado, pode optar por receber o pagamento em 30 parcelas anuais ou optar por um pagamento único de US$ 774,1 milhões (R$ 3,9 bilhões) antes dos impostos federais. A Califórnia está entre um punhado de estados que não tributam os ganhos na loteria.
‘Ouro verde do sertão’: Bahia tem a maior produção de sisal do mundo
Por g1 BA
A Bahia é o principal produtor de sisal do mundo, detém 90% da produção do Brasil, o país que mais cultiva a agave no planeta, de acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). No estado, são produzidas, em média, 140 mil toneladas de fibras de sisal por ano, e cerca de 50% desse total é vendido para Ásia, Europa e, principalmente, para a América Central.
O “ouro verde do sertão” teve seu apogeu entre as décadas de 60 e 70, quando havia grande demanda internacional pela fibra, utilizada na confecção de cordas, fios, estofados, carpetes e tapetes, entre outros produtos. O mercado declinou nos anos 80, com a concorrência das fibras sintéticas, e nunca mais teve o mesmo sucesso do passado.
Até mesmo a área plantada encolheu, não somente porque a fibra perdeu valor de mercado, mas também porque a seca na região dizimou boa parte das plantas, conhecida mundialmente pela resistência à estiagem.
A fibra tem voltado à moda com a valorização dos produtos ecologicamente corretos e também com a pressão mundial para preservação do meio ambiente. Além de natural, quando descartada, a fibra de sisal se decompõe sem poluir a natureza – e ainda serve como adubo para o solo – ao contrário da sintética. Depois que a palha é cortada, a planta rebrota em seis meses, o que ajuda a manter o semiárido em equilíbrio.
Nos últimos anos, decoradores e arquitetos passaram a utilizar o sisal em projetos com maior frequência, e a demanda pela fibra tem sido crescente, não somente no Brasil, mas também no exterior.
Atendendo a essa tendência, a principal entidade representativa da cultura do sisal no país, a Associação de Desenvolvimento Sustentável e Solidário da Região Sisaleira (Apaeb), manufatura a fibra e dá origem a mercadorias como carpetes, tapetes e cordas.
“No passado, a gente só fazia batia o sisal no motor e exportava. Hoje em dia, tem o beneficiamento. Isso gera oportunidade de trabalho. A cada emprego que a gente gera aqui, são oito no campo para fazer a fábrica funcionar. Antigamente o sisal nem era classificado, hoje temos três tipos diferentes. O tapete é o tipo 1 e quanto mais clarinha a fibra, maior o valor do sisal”, disse o presidente da associação, Jairo Oliveira, em entrevista para a TV Bahia.
A sede da Apaeb fica em Valente, município a cerca de 250 km de Salvador que pertence ao “território do sisal”. São 20 cidades e cerca de 700 mil pessoas envolvidas, direta ou indiretamente, com a produção, comércio ou industrialização do sisal.
A Apaeb compra boa parte da produção regional (800 toneladas mensais, em média) e transforma em itens cujas vendas, atualmente, estão concentradas no Brasil – sobretudo no estado de São Paulo, que reúne as maiores redes de distribuição dos manufaturados. Outra parte é repassada para o mercado internacional.
Um dos países que compra tapetes feitos com sisal da Bahia é a Alemanha. A pequena cidade de Dorsten, que tem forte tradição na área têxtil, valoriza o fabrico artesanal e defende marcas preocupadas com a questão ambiental.
Lá, a reportagem da TV Bahia ouviu o advogado Gregor Von Steinhaousen, um fã dos tapetes de sisal, que já adquiriu diferentes exemplares. “O visual é fantástico, me agrada muito. Gosto da ideia de usar em minha casa, especialmente porque tenho crianças em fase de crescimento. E também não uso nada que polua o solo ou o ar”, contou.
A declaração do alemão reforça o discurso do presidente da Apaeb. “A qualidade dos tapetes, carpetes e capachos e a preocupação com a preservação do meio ambiente impulsionam o nosso crescimento”, afirmou Jairo.
A associação possui modernos teares, com capacidade para produzir até 100 mil metros quadrados de tapetes e carpetes por mês. A fábrica funciona diariamente e gera cerca de 250 empregos diretos.
A estrutura contrasta com a rusticidade da produção de sisal no campo. A colheita é manual, a fibra é transportada no lombo de jumentos e desfibrada com um equipamento antiquíssimo, que já causou incontáveis mutilações na região.
Do plantio às lojas, conheça todo o processo do sisal
– A colheita é realizada manualmente por trabalhadores utilizando uma faca;
– Em seguida as folhas de sisal são transportadas no lombo de um animal até o local onde se encontra o motor desfibrador (ou “motor paraibano”, como é conhecido);
– No desfibramento remove-se a parte verde da folha, restando a fibra em estado úmido;
– Já desfibradas, as fibras em estado úmido são levadas e estendidas nos varais, permanecendo sob a luz solar por um período de 72 horas para que ocorra o processo de secagem uniforme;
– Após a secagem, a fibra deve apresentar umidade entre 10 e 13 %, esse é um dos parâmetros avaliados na compra do sisal;
– Na sequência, as fibras são enfardadas e transportadas pelos agricultores até a unidade de beneficiamento;
– Nesse momento, são classificadas em função do tamanho e qualidade e, em seguida, são submetidas ao beneficiamento, utilizando a máquina conhecida como “batedeira”, onde são removidas as impurezas aderidas às fibras, deixando-as com aspecto brilhoso;
– Após essa etapa, as fibras são organizadas em fardos de aproximadamente 250 kg, identificados segundo normas do Ministério de Agricultura e Abastecimento e comercializados para outros estados ou para o mercado internacional;
– Ainda na indústria, a fibra de sisal é transformada em diversos tipos de fios, cordas, tapetes, capachos, mantas e mais;
– Uma pequena quantidade de fibra é destinada às cooperativas ou associações de artesanato de sisal, que criam bolsas, descansadores para panelas, porta-joias e muito mais.
Curiosidades
– O sisal (Agave sisalana pierre) é originário do México e foi introduzido na Bahia, mais especificamente, no município de Santaluz, por volta de 1910;
– O produto se espalhou por outras cidades e passou a ser explorado comercialmente no fim da década de 30, ganhando destaque no cenário mundial nos anos 60;
– Santaluz foi a primeira cidade a investir no plantio em grande escala para a comercialização e contou com as maiores batedeiras de sisal da Bahia entre os anos 60 e 90;
– Atualmente, as principais as principais batedeiras estão em Conceição do Coité;
– O ciclo de transformação do sisal em fios naturais tem início aos três anos de vida da planta, ou quando as folhas atingem até cerca de 140 cm de comprimento, que podem resultar em fibras de 90 a 120 cm;
– As folhas são cortadas a cada seis meses durante toda vida útil da planta, que é de 6 a 7 anos;
– O sisal pode ser colhido durante todo o ano, basta não destacar do caule as folhas mais novas;
– Resistente à aridez e ao sol intenso do sertão, o sisal é a fibra vegetal mais rígida que existe na natureza;
– Atualmente a Tanzânia, Quênia, Uganda (África Oriental), além do Brasil, são os maiores produtores de sisal do mundo.