Share Button

Por TV Globo e g1 AL

Governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB) é afastado do cargo | Foto: Prefeitura de Santana do Ipanema/Divulgação

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o afastamento do governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), do cargo. Ele é alvo de uma operação do Ministério Público Federal (MPF) que investiga um suposto esquema de rachadinha na Assembleia Legislativa do estado com desvio de R$ 54 milhões.

A operação, batizada de Edema, apura supostos desvios de recursos públicos desde 2019. Segundo as investigações, foram desviados R$ 54 milhões da Assembleia Legislativa, e os principais beneficiários eram o governador e sua esposa, a prefeita da cidade de Batalha, Marina Thereza Dantas. A irmã de Paulo Dantas também está entre os investigados.

A assessoria da prefeita Marina Dantas informou que ela não vai se pronunciar sobre a operação.

Segundo a Polícia Federal, parte do valor desviado foi utilizada para pagamentos de despesas pessoais, pagamento de advogados, transferências a familiares e compra de bens.

A PF cumpre 31 mandados de busca e apreensão nesta terça. Entre os endereços estão a Assembleia Legislativa, a sede do governo, as casas de Dantas e de parentes dele.

De acordo com a polícia, foram apreendidos R$ 100 mil em espécie na casa do governador, R$ 14 mil com ele em um hotel em São Paulo e R$ 150 mil na casa de um cunhado dele.

Além das buscas, a Justiça ainda determinou o sequestro de bens e valores dos envolvidos no total desviado, R$ 54 milhões. Eles são suspeitos de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro. A apuração corre em sigilo.

Na decisão, o STJ afastou Dantas do cargo por 180 dias. Com isso, o vice-governador José Wanderley Neto (MDB), assume o cargo. Além disso, a Justiça ainda determinou que o governador e os demais investigados, que não tiveram os nomes divulgados, não mantenham contato entre si e não frequentem os órgãos públicos citados na apuração.

Dantas tem 43 anos, é governador de Alagoas e disputa a reeleição para o cargo. Ele foi prefeito da cidade de Batalha, que hoje está sob o comando de sua esposa, por dois mandatos até 2018, quando foi eleito deputado estadual. No primeiro turno, ficou à frente da disputa contra Rodrigo Cunha (União).

O g1 disse que procurou a assessoria do governador, que informou estar ciente da operação e que emitiria uma nota, o que não havia acontecido até a última atualização desta reportagem.

Deixo o seu comentário

comentário(s)