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Por g1 BA

Cantora gospel foi morta em 27 de outubro de 2023 | Foto: Reprodução/Redes Sociais

Os quatro suspeitos de envolvimento no assassinato da cantora gospel Sara Freitas foram indiciados pelos crimes de homicídio, ocultação de cadáver e associação criminosa. A vítima foi encontrada morta no dia 27 de outubro, às margens da BA-093, na altura de Dias D’Ávila, cidade da Região Metropolitana de Salvador. Antes disso, ela ficou desaparecida por quatro dias.

A família da artista pediu para que a imprensa não chame mais a cantora de “Sara Mariano”, com a justificativa de que não quer mais associá-la ao sobrenome do marido, preso suspeito de comandar o crime.

Nesta quarta-feira (20), a Polícia Civil informou que a delegacia de Dias D’Ávila, responsável pelas investigações do caso, concluiu o inquérito que apurava a morte da artista. O procedimento foi encaminhado ao Ministério Público da Bahia (MP-BA), na sexta (15), e os suspeitos foram denunciados à Justiça na terça-feira (19).

No dia 13 de dezembro, a Justiça da Bahia prorrogou as prisões preventivas de três suspeitos de envolvimento no caso. Com a prorrogação das prisões preventivas, Gideão Duarte, Victor Gabriel e Bispo Zadoque seguem custodiados nas unidades prisionais.

Da esquerda para a direita: Ederlan Mariano, Bispo Zadoque, Gideão Duarte e Victor Gabriel | Foto: Arte/g1 BA

Guarda da filha será decidida na Justiça

No dia 12 de dezembro, a Justiça concedeu a guarda provisória da filha da cantora gospel para a família paterna. A informação foi divulgada por Sarah Barros, advogada da família da vítima. A defesa da família materna vai recorrer da decisão.

A advogada relatou, em nota oficial, que o juiz responsável pelo caso decidiu a guarda provisória através de uma liminar e vai dar continuidade ao processo com estudo do Serviço de Apoio e Orientação Familiar (SAOF) do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). A decisão não foi divulgada porque o caso segue em sigilo de Justiça, por se tratar de uma menor.

A garota de 11 anos é fruto do relacionamento da cantora gospel com Ederlan Mariano, suspeito de mandar matar a esposa. Ela está com a família paterna desde a prisão de Ederlan, ocorrida em 28 de outubro.

Ederlan está detido no Complexo Penal da Mata Escura, em Salvador. No dia 24 de novembro, a Justiça da Bahia prorrogou a prisão temporária dele por mais 30 dias.

Segundo o delegado Euvaldo Costa, responsável pelas investigações, Ederlan “deixou clara a intenção de destruir as possíveis provas que estavam armazenadas no celular da vítima e prejudicar as investigações dos fatos”. Ainda segundo delegado, o suspeito confessou o crime.

O delegado Euvaldo Costa, destacou que as investigações elucidaram a participação de cada um dos suspeitos:

Ederlan Mariano quando foi preso e passou por audiência de custódia | Foto: TV Bahia

👉 Ederlan Mariano encomendou o crime;

👉 Gideão Duarte levou Sara Freitas até o local combinado;

👉 Victor Gabriel segurou a vítima;

👉 Bispo Zadoque a esfaqueou.

Valores pagos por Ederlan para suspeitos

Os suspeitos de envolvimento na morte de Sara Freitas admitiram ter rateado R$ 2 mil, que foram dados por Ederlan Mariano para executar o crime. Ederlan foi o primeiro suspeito a ser preso, em 28 de outubro.

Weslen Pablo Correia de Jesus, Gideão Duarte e Victor Gabriel de Oliveira admitiram o recebimento dos valores em acareação realizada na delegacia de Dias D’Ávila, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), responsável pelas investigações do caso.

Além dos três envolvidos diretamente na execução de Sara Freitas, um quarto homem identificado como “cantor Davi Oliveira” aparece na divisão do dinheiro.

Segundo os suspeitos, Davi recebeu R$ 200 como “cortesia”, porque sabia do plano para matar Sara Freitas, mas não participou de nenhuma fase do crime.

💰 R$ 2 mil: valor pago por Ederlan Santos Mariano pela morte de sua esposa.

💵 R$ 900: valor recebido por Weslen Pablo Correia de Jesus, conhecido como Bispo Zadoque, executor da vítima e responsável pela ocultação do cadáver.

💵 R$ 500: valor recebido por Victor Gabriel de Oliveira, que segurou Sara para que Weslen Pablo, o Bispo Zadoque, a matasse. Também participou da ocultação do cadáver.

💵 R$ 400: valor recebido por Gideão Duarte pelo transporte de Sara para encontro dos executores, e dos mesmos para a casa de Ederlan após o crime. Ele ainda retornaria ao local com os executores para a queima do corpo de Sara.

💵 R$ 200: valor recebido pelo homem identificado como “cantor Davi Oliveira”. Segundo os demais acusados, ele sabia do plano para matar Sara Freitas, mas não participou de nenhuma fase do crime. A polícia ainda não divulgou se esse homem será indiciado.

Relembre o caso

Sara Freitas desapareceu em 24 de outubro | Foto: Reprodução/Redes Sociais

A cantora desapareceu em 24 de outubro, quando saiu da casa onde morava no bairro de Valéria, em Salvador, com destino a uma reunião de mulheres, em uma igreja. Sara, inclusive, postou nas redes sociais que estava a caminho de Dias D’Ávila horas antes de sumir.

Ela seria levada até o local por um motorista de confiança, Gideão Duarte, que já havia prestado esse serviço anteriormente. Depois de entrar no carro, a cantora não foi mais vista. Ele tomou um carro emprestado com outra pessoa, conhecida no meio religioso como Apóstolo Hugo, para transportar a artista – ele não é apontado como suspeito de envolvimento com o ato.

O marido dela, Ederlan Mariano, mobilizou buscas pela esposa na imprensa e nas redes sociais. Três dias depois, o corpo de Sara foi encontrado.

A família de Sara afirma que Ederlan era agressivo com a esposa, forçava relações sexuais, e ela planejava sair de casa. A mãe dela contou que, pouco antes de morrer, a filha disse que tinha algo importante para revelar, mas não deu tempo, porque ela foi assassinada.

O segundo suspeito a ser preso foi o Bispo Zadoque, amigo de Sara, no dia 14 de novembro. O homem atuava em igrejas evangélicas na RMS e trocava mensagens carinhosas com a vítima nas redes sociais.

No dia 15 de novembro, Gideão Duarte, terceiro suspeito de participação no crime, também foi preso. Neste dia, eles passaram por audiência de custódia e tiveram as detenções mantidas pela Justiça.

O quarto suspeito de participar do assassinato da cantora gospel Sara Freitas, identificado como Victor Gabriel de Oliveira, foi preso também no dia 15, em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador.

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