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Por Blog da Andréia Sadi

Foto: Alan Santos/PR

Após derrotar Jair Bolsonaro (PL) nas urnas, o PT vai insistir em tornar o presidente inelegível para evitar que ele ressurja como uma força política competitiva em 2026, semelhante ao que acontece nos Estados Unidos com Donald Trump.

Para tanto, o caminho principal é a ação em que a chapa de Lula e Alckmin acusa Bolsonaro, seu filho Carlos e outros assessores de operar um “ecossistema de desinformação” para manipular os eleitores e influenciar o resultado do pleito de 2022 de forma ilegal.

A queixa, uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), foi apresentada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante as eleições.

A partir dela, em 18 de outubro, o corregedor da Corte, ministro Benedito Gonçalves, determinou a abertura de investigação e pediu explicações a Carlos, ao presidente e outros alvos, a suspensão de monetização de uma série de canais bolsonaristas até o fim da eleição e a proibição de exibição do documentário “Quem mandou matar Jair Bolsonaro?”, da produtora Brasil Paralelo.

O TSE ainda não decidiu, porém, se aceita o pedido final: cassar os registros eleitorais dos investigados e torná-los inelegíveis por 8 anos.

Bolsonaro inclusive, mas não só. Na ação, a campanha do PT arrolou nomes de bolsonaristas de grosso calibre, e que podem ter papel nas eleições de 2026, como Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Nikolas Ferreira (PL-MG), Ricardo Salles (PL-SP) e Carla Zambelli (PL-SP), que estão entre os deputados federais mais votados do país em 2022, e Flávio Bolsonaro (PL-RJ) – cujo mandato se encerra daqui a 4 anos.

‘Sombra de Trump’

A preocupação do PT surge diante da força exibida pelo ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump – de quem Bolsonaro é um admirador assumido – mesmo após ser derrotado na busca por um segundo mandato à frente da Casa Branca.

O republicano, que assim como o presidente brasileiro é acusado de usar a mentira como método de convencimento dos eleitores e é suspeito de estimular atos antidemocráticos para subverter o resultado das urnas, mergulhou de cabeça nas eleições para o Congresso americano, que ocorrem nesta semana.

Embora nada esteja definido, de acordo com as últimas pesquisas, os republicanos tem boas chances de conquistar entre 10 e 25 novas cadeiras na Câmara, mais do que suficiente para consolidar uma maioria na Casa, e também parecem ter vantagem no Senado.

Caso esse cenário se confirme, Trump pode sair fortalecido para tentar voltar em 2016.

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