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Foto: Andressa Silva / Gerando Falcões

Uma ex-presidiária acusada de participar de um assalto encontrou no empreendedorismo o meio de sustento de sua família. Depois de receber vários “nãos” de empresas, Virginia Rodrigues Pereira, de 44 anos, sustenta a família vendendo salgados em Poá (SP). Com o trabalho, a empreendedora já conseguiu comprar também um fogão industrial e uma geladeira. Virgínia morava em Ilhéus, na Bahia, e se mudou para Poá em 1992, onde começou a trabalhar em um restaurante. Lá ela conheceu um namorado, cujos irmãos tinham problemas com drogas. “Eu tive uma chance de serviço melhor, para trabalhar em eventos, e indiquei eles. Eu já namorava há mais de um ano e minha vida tomou outro rumo”, contou ao G1. Para ir trabalhar em um evento, Virgínia chamou um táxi e seguiu no veículo com o namorado e os dois irmãos. “No meio do caminho, fui surpreendida. Um dos irmãos puxou a arma e colocou na cabeça do taxista. Eu gritei, fiquei horrorizada. Não esperava aquilo. Em certo momento, o taxista se jogou do carro, perto de uma base da Polícia Militar. Depois de alguns metros, havia um cerco. Pararam o carro e mesmo dizendo que eu não tinha nada a ver, fui presa, porque o taxista me reconheceu como ocupante do carro”, acrescentou. Virginia cumpriu cinco anos, oito meses e cem dias de prisão, sendo liberada em 2007. “Eu não tenho um grau de escolaridade para conseguir um bom emprego. Fiz vários bicos de faxina, mas nunca conseguia nada fixo. As pessoas têm muito preconceito, já ouvi muito ‘não’. Uma vez fui fazer uma entrevista de emprego e a entrevistadora falou pra uma funcionária: ‘Olha o que mandam pra mim. Vai me fazer refém:?’. Era humilhante”, contou. Depois do curso de empreendedorismo numa ONG, onde aprendeu sobre como guardar dinheiro, investir, administrar e lucrar. Virginia produz mais de mil salgados por mês, vende por encomenda e comercializa o produto nas ruas da cidade. Os planos da empreendedora é concluir uma faculdade de Direito. “Quem é pobre e não tem como pagar um bom advogado, não tem como provar sua inocência. Ninguém pode ser punido por um crime que não cometeu. Quero defender o pobre”, disse. 

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