Estadão Conteúdo

99lm088ez40zpwsnmgx50920w

Cardozo tomará posse na quinta-feira (3) na Advocacia-Geral da União (AGU) | Foto: Alan Sampaio / iG Brasília

De saída do Ministério da Justiça, José Eduardo Cardozo admitiu na terça-feira (1) que sofreu críticas e pressões de todos os lados, e não apenas do PT, seu partido. “É difícil ser republicano neste país”, afirmou. Cardozo vai tomar posse na quinta-feira (3) na Advocacia-Geral da União (AGU), atendendo a pedido da presidente Dilma Rousseff. Ele decidiu entregar o cargo na Justiça, que ocupou durante cinco anos, após forte pressão do PT e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Alvo da Operação Lava Jato, Lula sempre o responsabilizou por não controlar a Polícia Federal. “As críticas foram de setores da base aliada do governo e da oposição. Não posso imputar isso a A, B ou C. É da vida”, disse. “Recentemente, por exemplo, a oposição me criticou por causa da abertura de um inquérito”, comentou ele, numa referência à investigação aberta pela Polícia Federal para apurar se o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso enviou dinheiro no exterior à jornalista Miriam Dutra, com quem teve um relacionamento afetivo, por meio da empresa Brasif. FHC nega as acusações. Cardozo assegurou que a autonomia das investigações da Lava Jato “será respeitada” por seu sucessor, Wellington Cesar Lima e Silva, e minimizou as críticas à sua indicação. Integrantes da Advocacia Pública Federal divulgaram nesta segunda-feira uma nota de repúdio à nomeação de Cardozo, que substituirá Luís Inácio Adams. Para eles, a escolha de um nome fora da carreira é um “retrocesso inaceitável” por ignorar a lista tríplice apresentada à Presidência da República com os mais votados pela AGU.

Deixo o seu comentário

comentário(s)