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Por BBC

Foto: Getty Images/BBC

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Pessoas com dependência em cocaína e crack por vezes associam fumar maconha a uma forma de atenuar a “fissura”, ou ansiedade, por aquelas drogas. Essa associação já foi inclusive endossada no passado por pesquisas científicas e profissionais de saúde como estratégia de redução de danos. Mas não é o que indicam agora pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em um artigo publicado em dezembro no periódico internacional “Drug and Alcohol Dependence”. Acompanhando o histórico de 123 pessoas em etapas de um, três e seis meses — 63 dependentes de cocaína e usuários recreativos de maconha; 24 dependentes de cocaína, apenas; e 36 voluntários saudáveis, sem histórico de uso de drogas, compondo um grupo controle —, os autores afirmam praticamente “descartar” o uso da maconha fumada como estratégia de tratamento para dependentes de cocaína. Isto porque, a médio e longo prazo, a associação entre essas drogas mostrou maior propensão à recaída e piora em capacidades cognitivas, como na atenção e memória. Mas não descartam, porém, o potencial de exploração para tratamento da dependência em cocaína de uma substância específica da maconha, o canabidiol. Isolado, este componente tem demonstrado efeito terapêutico para outros usos. Apesar de ser focar dependentes de cocaína (ou crack, originado da mesma planta, mas fumado), os pesquisadores da USP dizem que seus resultados têm ressonância no uso recreativo da maconha pelo público em geral e seus efeitos psiquiátricos.

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