Médico de 44 anos vacinado com as 2 doses e sem comorbidades morre de Covid no Paraná
Por Revista Crescer
O ortopedista Leonardo Oliveira Nobre, 44 anos, morreu na quarta-feira (23) após contrair a covid-19, em Curitiba, mesmo após ter sido imunizado contra o vírus. Em relação há quanto tempo Leonardo havia tomado a segunda dose da vacina, o Hospital Marcelino Champagnat disse que não sabe exatamente a data, apenas afirmou que o médico foi imunizado junto com todos os profissionais de saúde. Questionada se ele tomou a segunda dose duas semanas antes de contrair a covid, a assessoria da unidade hospitalar afirmou: “Ele tomou com profissionais da saúde. Já faz mais tempo que isso”.
Segundo o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR), o médico também não tinha comorbidades e deixou dois filhos pequenos. “Sem comorbidade e imunizado com as duas doses da vacina, ele teve complicações pela covid-19. Sua morte eleva para pelo menos 78 o total de médicos falecidos no Paraná por causa da doença”, informou.
O funeral ocorreu na quinta-feira (24), em cerimônia restrita à família no Crematório Vaticano, em Almirante Tamandaré. Não houve velório. Natural de Pelotas, no Rio Grande do Sul, Leonardo morava em Curitiba, no Paraná, e era chefe do Grupo do Ombro do Serviço de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Universitário Cajuru/PUCPR e presidente da Comissão de Ensino e Treinamento da SBOT-PR. “Tristeza sem fim”, comentou um parente próximo.
“Mortes, mesmo entre pessoas vacinadas, é um fenômeno que, infelizmente, está dentro do esperado. É importante lembrar que não existe nenhuma vacina 100% eficaz. Todas elas são muito úteis, mas existe o que chamamos de ‘falha vacinal’. Casos graves e até mortes ocorreram e vão ocorrer ocasionalmente. Recentemente, os Estados Unidos reportaram 160 casos de mortes de imunizados com vacinas bastante eficazes. O risco existe, mas ele é pequeno, e é importante que se entenda que para cada caso em que a vacina falha, há centenas de outros que ela funciona e previne. Isso acontece com todas as vacinas”, explica Marco Safadi, infectologista e presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira Pediatria (SBP).