Confira a lista completa de instituições ocupadas na Bahia
Alagoinhas
Universidade do Estado da Bahia – Campus II – Bloco B
Amargosa
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – Bloco
Barreiras
Universidade do Oeste da Bahia – Prédio 2
Cachoeira
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – Centro de Artes, Humanidades e Letras – Prédio 2
Caetité
Universidade do Estado da Bahia – Campus VI
Camaçari
Universidade do Estado da Bahia – Único
Catu
Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Baiano – Campus Catu
Antiga Escola Agrotécnica – Bloco Antigo – Pavilhão
Conceição do Coité
Universidade do Estado da Bahia – Departamento de Educação Campus XIV – Bloco único
Cruz das Almas
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – Pavilhão ! – Pavilhão de Aulas I
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – Pavilhão II – Pavilhão de Aulas II
Guanambi
Universidade do Estado da Bahia – Campus XII – Bloco
Ilhéus
Instituto Federal da Bahia – Bloco 01
Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) – (Medicina Veterinária/Educação Física) – Pavilhão Adonias Filho – Pavilhão de Exatas – Pavilhão Jorge Amado 1 – Pavilhão Jorge Amado 2 – Pavilhão Juizado Modelo – Pavilhão Pedro Calmon 1
Itaberaba
Uneb – Universidade do Estado da Bahia – Departamento de Educação Campus XIII – Bloco 1 – Bloco 2
Itabuna
Cetep Litoral Sul II – Bloco Único
Colégio Estadual de Itabuna CEI – Bloco Único
Colégio Estadual Dona Amélia Amado – Pavilhão (2/3)
Colégio Estadual Félix Mendonça – Bloco Único
Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães – Bloco Único
Itapetinga
Instituto Federal Baiano Campus Itapetinga – Bloco (A / B / C)
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) – Bloco (A/)
Jacobina
Uneb – Departamento de Ciências Humanas Campus IV – Bloco (A)
Jequié
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia UESB – Dalva de Oliveira – Pavilhão Josélia Navarro – Pavilhão Manoel Sarmento II
Juazeiro
Universidade do Estado da Bahia Uneb – Campus III – Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais – DCTCS – Prédio de Direito – Prédio de (Agronomia/Direito)
Paulo Afonso
Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Bahia antigo COLEPA – Bloco (1 – ALA 1 / 2 – ALA 2)
Porto Seguro
Universidade Federal do Sul da Bahia – BLOCO (A/B)
Salvador
Universidade do Estado da Bahia (Uneb) – Departamento de Ciencias da Vida – DCV – DECV II
Universidade do Estado da Bahia (Uneb) – Departamento de Ciências Exatas e da Terra – DCETI – Bloco Único
Universidade do Estado da Bahia (Uneb) – Departamento de Ciênicas Humanas – DCH – Bloco Único
Universidade do Estado da Bahia (Uneb) – Departamento de Educação – DEDC – Bloco Único
Universidade Federal da Bahia – Pavilhão de Aulas Reitor Felipe Serpa – Bloco único
Universidade Federal da Bahia – Pavilhão de Aulas da Federação V – Bloco único
Santa Maria da Vitória
Universidade Federal do Oeste da Bahia Campus Santa Maria – Bloco Único
Santo Antônio de Jesus
Universidade do Estado da Bahia – Campus V – Bloco 01
Teixeira de Freitas
Universidade Federal do Sul da Habia – Bloco 01
Valença
Universidade do Estado da Bahia – Campus XV – Prédios 01 e 02
Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Bahia – Campus Valença – Blocos F e G
Vitória da Conquista
Centro Territorial de Educação Profissional (antida Agrotécnica Sérgio de Carvalho) – Blocos 1 e 2
Instituto Federal de Educação Ciências e Tecnologia da Bahia (Antigo CEFET) – Campus de Vitória da Conquista – Blocos Alfa/Beta/IX/V
Universidade Estadual do Sudoeste da Habia – Módulo I – Uinfor – Módulo II – Ditora – Módulo III – Antônio Luís – Luizão – Módulo IV – Pedagogia
Universidade Federal da Bahia – Campus Anísio Teixeira – Bloco Único
‘Século passado foi bem melhor’, diz produtora rural sobre falta de chuva em Conceição do Coité
Henrique Mendes | Do G1 BA
Manoel Pereira de Souza e Maria do Carmo de Oliveira nasceram no mesmo dia (30 de abril de 1956) e vieram ao mundo com a ajuda da mesma parteira. Como casal, estão juntos há 23 anos. Outro período marcante desses 58 anos de vida é dividido pelos dois: o convívio com a intensa seca no município de Conceição do Coité, a 210 quilômetros de Salvador, no semiárido baiano.
Plantações de milho mortas na entrada da cidade sinalizam o cenário de perdas provocadas pelos longos períodos de estiagem. Sem chuvas suficientes para o abastecimento total dos reservatórios, desde 2004, os produtores da cidade contabilizam os prejuízos e tentam administrar as dificuldades que envolvem o convívio com a seca.
Maria detalha que a chegada dos anos 2000 marca o início de um período que ela denomina como “milênio da seca” na região. “O século passado foi bem melhor do que esse que entrou. [A última chuva capaz de encher todas aguadas e cisternas] tem uns 10 anos, quando papai faleceu. Foi em 2004. Os riachos queriam levar até a gente. De lá para cá, ficou difícil”, lembrou.
Para o casal, o verão parece ser a única estação do ano. “No inverno, caíram umas chuvas bem fininhas. Não adiantaram”, destaca Manoel. Com as garoas do período, a vegetação superficial vingou produzindo uma sensação visual de prosperidade do solo, só que para os leigos. Conhecido como “seca verde”, o fenômeno não mais ilude os produtores.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Sintraf) do município, 80% da safra de inverno deste ano foi perdida e 70% das represas, cisternas, açudes, tanques e barreiros estão secos. A prefeitura local atesta os números e alerta que praticamente todos os mananciais estão operando abaixo do nível na região. Por conta da situação, o município integra a lista de 169 das 471 cidades baianas que estão situação de emergência devido a estiagem.
Na comunidade de Cansanção, onde vivem cerca de 70 famílias do município, Manoel pouco lucrou ou consumiu da última colheita, em setembro. O trabalho pesado da roça rendeu apenas no aproveitamento de 20% de tudo o que foi plantado. De 20 sacas de feijão esperadas, apenas uma vingou.
As raspas da mandioca colhida serviram apenas para alimentar os animais, já que o pouco obtido não tinha qualidade de comercialização. “É uma história de convivência com a seca. Há um bom tempo, o que se planta não se colhe. Esse feijão aqui [espalhado no chão do quintal] foi comprado”, evidencia o produtor a crise vivida, inclusive, na colheita para consumo próprio.
Foi neste cenário que os produtores rurais criaram dois filhos e, mesmo diante de severas restrições, ofertaram a ambos a oportunidade de formação escolar.
“Todo dia me lembro da dificuldade para manter na escola. Eles ajudavam nos trabalhos [no campo], mas não deixamos que isso atrapalhasse nos estudos”, ressalta Maria do Carmo. Com o filho mais velho morando em Salvador e a mais nova, de 20 anos, estudando geografia na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), ela destaca com orgulho as conquistas obtidas diante da forte restrição econômica imposta pela seca. “Nós ficamos sem as coisas para mantê-la [na universidade]”, diz a mãe.
Com 80% das plantações perdidas, além da fragilidade de saúde causada pela policitemia, doença caracterizada pelo excesso de células vermelhas no sangue, Manoel explica que os programas sociais, como as bolsas estiagem e família, são socorros providenciais durante os períodos de pouca chuva.
“É o que tem ajudado. Nessa geração, tem que ter paciência pra viver no semiárido”, admite. Com duas cisternas abastecidas com menos da metade da capacidade, o casal aguarda com ansiedade a possibilidade da “trovoada de novembro”, que é uma chuva capaz de fazer transbordar os reservatórios. As expectativas são mantidas, mesmo diante da imprevisibilidade meteorológica.
Administrar a pouca água é um desafio diário. “É fazendo economia. Não desperdiçando. Não jogando de qualquer forma, mas limpando mais com o pano. Também deixamos de molhar o que não está produzindo”, conta Maria do Carmo. Fora isso, Manoel Pereira destaca a existência do compartilhamento de água com os moradores que, devido à estiagem, veem as cisternas secarem.
“Um tem que ajudar o outro. Não tem como negar água, né? Sem água não há vida”, atesta. Mesmo com as dificuldades, o casal de produtores rurais nunca pensou em deixar o município. “Pra falar a verdade, eu não penso. Apesar dos pesares, até o momento não passou pela minha cabeça”, ressalta Maria do Carmo.
Assim como atestado por Manoel e a esposa, o Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Sintraf) do município afirma que as tecnologias de convívio com seca são fundamentais nos períodos de estiagem. Conforme o técnico de agropecuária Urias Rios de Oliveira, que atua no Movimento de Organização Comunitária (MOC), ONG que presta auxílio aos produtores rurais, além das cisternas ofertadas por meio de programas federais, os moradores da região receberam auxílio na construção de canteiros econômicos propícios para a plantação de verduras e hortaliças, que favorecem a manutenção da agricultura de subsistência. “Quem não tem essas tecnologias não tem como produzir”, afirma Urias.
Êxodo Rural Nas proximidades do distrito de Cansanção, no município de Conceição do Coité, onde moram Maria e Manoel, os produtores rurais do quilombo “Maracujá” também enfrentam dificuldades relacionadas aos longos períodos de estiagem. De acordo com o presidente da associação de moradores da comunidade, Hélio Oliveira, de 26 anos, mesmo com as tecnologias que permitem o convívio com a seca, os prejuízos aos produtores são inevitáveis. “Viver aqui é muito difícil. Quando chega um período desse, então. A minha família perdeu a plantação de milho e feijão completamente. Aqui todo mundo perdeu”, destaca Hélio.
Segundo o produtor rural, que mora com pais e irmãos, a família perdeu toda a produção na safra de inverno. Das sete sacas de feijão e 15 de milho esperadas, nenhuma rendeu. Neste cenário de perdas, Hélio explica que a saída para a maioria dos trabalhadores são os programas sociais e o trabalho em funções distantes do campo. “Às vezes, a saída é trabalhar fora. Em Coité [na sede do município], em Salvador. Tem muita gente que vai para São Paulo também. Se for ver bem, talvez, tem mais gente daqui em são Paulo do que os que são daqui e residem aqui. Quem está lá, ajuda quem está aqui. Se não for assim, fica difícil”, argumenta.
No contexto local, Hélio explica que o abastecimento das cisternas com carros-pipa é um serviço indispensável. “Agora, tá um pouco complicado, porque não tem como colocar [água por meio dos carros-pipa] em cada casa. Então, coloca em um ponto e as pessoas vão pegar naquele ponto para atender a comunidade inteira”, explicou. Conforme a prefeitura local, desde o início do ano, não houve paradas de abastecimento de carros-pipa na zona rural. A grande demanda, entretanto, tem atrasado alguns atendimentos. A cota é de 25 veículos por dia, e o serviço custou ao município R$ 252 mil entre janeiro e julho.
Foi o que aconteceu com Vilma Ferreira dos Santos, de 36 anos, que também reside no quilombo “Maracujá”. O G1 acompanhou a chegada de um carro-pipa na residência onde a dona de casa mora com a família. “Estou com a cisterna seca já há um mês e tanto. Aqui, as pessoas ainda têm um pouquinho da água das chuvas nas cisternas. Só que a minha estava meio suja, lavei, aí ficou sem. Pedimos na prefeitura, aí conseguimos. [Pedi] tem mais de um mês, mas é porque está abastecendo muitos lugares também e estão priorizando as casas que têm pessoas deficientes. Aí, demorou um pouco”, detalhou.
Por causa dos prolongados períodos de estiagem, Vilma explica que a família quase não produz mais alimentos. “Aqui chove, mas é sempre pouco. Aí não dá nada. Está tudo aí morrendo. Aqui perde sempre [plantações]. A gente nem planta mais. Aqui planto mais milho, ultimamente. Feijão mesmo não planto mais”, explicou.
Fécula do Paraná No Povoado de Onça, também na zonal rural de Conceição do Coité, a estiagem alterou a dinâmica de produção de beiju na residência de Teônia Lopes, de 50 anos. Devido a limitada oferta de mandioca na região, consequência da pouca chuva que cai na localidade, ela tem comprado fécula do estado do Paraná. “A gente compra e mistura com a nossa”, detalha.
Apesar da estiagem, Teônia afirma que as pequenas garoas do inverno possibilitaram o desenvolvimento da “tarefa de mandioca” plantada nos terrenos da família, que corresponde a 0,43 hectare. “Em 2011, não teve. Em 2012, também não. Em 2013, a gente conseguiu colher um pouco”, disse. O medo em casa é que a seca vivida volte e a esperada trovoada de novembro, que é capaz de transbordar as cisternas e aguadas na região, não ocorra. “Se chover, a gente ganha tudo [da atual plantação de mandioca]. Se passar mais meses sem chover, a gente vai perder”, explica Genivaldo Pereira, de 50 anos, marido de Teônia.
Resistindo ao período de estiagem, Genivaldo mostra como o tempo seco afeta a qualidade da mandioca. “Tá vendo aqui? Essa raiz só tem uma mandioca. Às vezes, chega a ter oito”, detalha. De acordo com a secretária de Políticas Agrícola e Agrária do Sintraf, Hilda Mercês, o impacto da seca na produção tem afetado o comércio do município. “Chuva boa é aquela em enche os tanques e possibilita a produção de alimento nas roças. Infelizmente, há tempo essa chuva não cai na região e as plantações não têm prosperado. Isso tem alterado o movimento na feira, que tem diminuído”, relatou.
Crise do Sisal A 26 quilômetros de Conceição do Coité, os moradores do município de Valente, que têm como fonte principal de economia a produção de sisal, também aguardam com ansiedade a “trovoada de novembro”. O sisal é uma planta mais resistente ao clima seco e usada pela indústria de cordas e tapetes pela sua dureza.
Após ter enfrentado um período de três anos praticamente sem chuvas (2010-2013), que levou a região a enfrentar uma crise de abastecimento, o medo da população é que os efeitos da estiagem sejam agravados. “Ainda vivemos o reflexo da última seca. Agora, está recomeçando tudo. Em 2014, houve umas chuvas no início do ano e no inverno choveu pouco. Todo mundo está traumatizado e já está com medo”, destaca Gerlândio Oliveira, gerente administrativo da Associação de Desenvolvimento Sustentável e Solidário da Região Sisaleira (Apaeb).
Moradora da comunidade de Barriguda, Nilza Lima, de 53 anos, mostra que o terreno onde trabalha já enfrenta problemas com a estiagem. “Tem muito sisal morrendo. Ele não está resistindo a falta de chuvas”, comentou. Acompanhado de Gerlândio Oliveira, o G1 visitou a localidade e atestou a mortandade da espécie na localidade. “O sisal está bem falhado e com grandes espaçamentos. Aqui, 60% já deve ter morrido”, alertou.
Além da seca, a plantação do local está enfrentando uma praga conhecida como “Podridão Vermelha”, doença causada por um fungo. “Quando você está imunologicamente frágil, não fica mais suscetível a doenças? O mesmo ocorre com o sisal. Frágil por conta da falta de chuvas, a plantação foi atingida por essa praga”, considerou.
Segundo Gerlândio Oliveira, a produção de sisal no município já chegou a ser de 500 toneladas por mês na década de 90. Hoje, ele detalha que a produção não chega a 100 toneladas. “Estamos no aguardo da trovoada de novembro. No ano passado, essa chuva amenizou os prejuízos. Nosso medo é que a seca volte com tudo outra vez. Convivemos ano a ano com essa preocupação”, concluiu.
Com 66,51% dos votos válidos em Santaluz, Dilma é reeleita presidente do Brasil
Com 100% das urnas apuradas, às 19h33, a presidente Dilma Rousseff (PT), reeleita, neste domingo (26), para mais quatro anos de mandato registrou 66,51% dos votos válidos, ou 13.376 votos, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ela derrotou o candidato Aécio Neves (PSDB), que obteve 33,49% dos votos válidos, ou 6.376 votos. O índice de abstenção é de 24,44% (6.896 eleitores), o de votos brancos 1,49% (318) e nulos 4,16% (886).
No primeiro turno, no último dia 5, em Santaluz, Dilma conseguiu 64,46% dos votos válidos, ou 12.752 votos. Já Aécio obteve 23,07% dos votos válidos, o equivalente a 4.565.
Com a vitória de Dilma e os quatro anos a mais conquistados por ela, o PT vai somar quatro mandatos seguidos na Presidência, num total de 16 anos de anos, a serem completados em 2018. O número é inédito. Nenhum partido ficou tanto tempo no comando do Brasil. Os primeiros oito anos foram de Luiz Inácio Lula da Silva, que em 2009 alçou a sua então ministra da Casa Civil candidata a Presidente, que conquistou assim o seu primeiro mandato.
Redação Notícias de Santaluz
#É HOJE! Del Led, Fofinho Silva e Toke Love animam festa no povoado de Casas Velhas
Del Led, Fofinho Silva e Toke Love animam, neste sábado (15), a festa no povoado de Casas Velhas, em Santaluz. O evento acontecerá a partir das 21 horas, no Bar Casas Velhas, e contará com uma grande estrutura de palco, som, iluminação e segurança. Ingressos custam R$ 15. Não perca!
Assassinatos de gays e lésbicas no Brasil: Que os distancia? – por Enézio de Deus
Parecidíssimos são os constantes assassinatos de homossexuais do sexo masculino que saíram com homens perigosos e não escondiam sua atração por tais perfis, ao estilo “bofes e michês”, que estão em toda parte e, quando paquerados, logo soltam frases como: “vai me dar quanto?” “O que vou ganhar com isto?”. Por que tantos gays (que vêm sendo mortos ou extorquidos) buscam reiterado prazer com estes aproveitadores, alimentando-lhes vícios/caprichos e se submetendo às suas violências, no mínimo, simbólicas? Eis o aspecto silenciado. Prosseguiremos, no entanto, esclarecendo/alertando: apesar da nossa irrestrita defesa da vida, se considerável parcela de gays mantiver tais atitudes/riscos, as ocorrências destas mortes, infelizmente, não diminuirão no Brasil.
É preciso diferenciar o crime homofóbico dos demais. Ninguém nega, por exemplo, o caráter nitidamente homofóbico da morte do adestrador de cães Edson Néris pelos chamados “Carecas do ABC”/SP, bem como dos crimes contra homens, só pela suposição de serem gays: o carinho entre pai/filho agredidos em São João da Boa Vista-SP ou o abraço dos irmãos saindo de uma festa e espancados, um deles até o óbito, em Camaçari-BA. A homofobia, entretanto, NÃO tem sido o motivo principal das reiteradas mortes de gays (quase inexiste lésbica em tais circunstâncias) que se arriscam em locais inadequados com homens perigosos ou os levam, o que é pior, para as suas próprias residências.
Se perseguir ou “matar por matar”, homofóbica/odiosamente (ação delinquente cotidiana isolada de outras circunstâncias), gays no Brasil fosse regra, nós, por relativamente conhecidos defensores dos direitos da vasta população LGBTTT – e outros, bem mais notórios -, já teríamos morrido há anos. Argumentos cientificamente vazios/improváveis de pontuais ONGs e militantes generalizam a causa no preconceito, como se todo assassinato de gay fosse puramente homofóbico; e não é verdade. Justificar que gays levam “boys” desconhecidos para suas casas, para estabelecimentos precários ou locais desertos, pela homofobia cultural ou por imposições discriminatórias de motéis/hotéis, também não se sustenta na atualidade. Em se tratando de estabelecimentos minimamente profissionais, tal não ocorre; esses já trabalham adotando o devido cuidado/padrão empresarial (assim são orientados também pelo Poder Público) de somente hospedarem quaisquer pessoas, após elas se identificam, documentalmente, na entrada.
Inquéritos e demais peças processuais sobre as quais nos debruçamos – a partir de 2010 até hoje, por interesse científico pelo tema (assim prosseguiremos, embora a pesquisa que gerou o nosso livro Assassinatos de Homossexuais e Travestis tenha sido publicada/concluída quanto aos seus objetivos, recortes temporal, espacial e opções metodológicas específicos/as do Mestrado), comprovam a causa mais recorrente destes homicídios em se tratando de homossexuais do sexo masculino como vítimas: vingança dos assassinos diante do que entendem como acordos ou pagamentos descumpridos. São comuns, como agentes e delegados(as) têm tornado público em entrevistas, lutas corporais antes da consumação do crime, por desentendimentos sobre finanças ou brigas relacionadas a “trocas/expectativas materiais” frustradas. O fio condutor, assim, silenciado pelos militantes que veem homofobia em quase tudo, segue inalterado: a busca dos gays pelo prazer mediante condições de inegável risco. E não adianta generalizar que o Estado, em todas as suas instâncias, é homofóbico (não investiga, tem “má vontade”, não leva a júri popular, não prende, etc), porque tal, além de também incomprovado, relaciona-se, infelizmente, mais ao padrão socioeconômico da vítima e da sua família do que a qualquer outro traço ou aspecto. Gays mortos, quando conhecidos ou influentes têm – perdemos de vista os tantos exemplos, com raras exceções -, seus assassinos logo encontrados e capturados pela Polícia. Por quê? Os desdobramentos que levam investigados, denunciados, réus confessos ou sentenciados a permanecerem ou não presos, durante pouco ou muito tempo em nosso país (por envolvimento em homicídios, latrocínios, etc.) NADA têm a ver com a orientação sexual das vítimas; dizem, em verdade, com o próprio sistema penal: recursos, variadas outras estratégias advocatícias de defesa e mazelas/fragilidades estruturais já conhecidas do Judiciário – tema para outras pesquisas; há sérias neste sentido.
Palestrando na OAB/Bahia, questionaram-me sobre uma lésbica assassinada e a companheira agredida em 2012 após homens invadirem sua casa em Salvador. Respondi que aguardaria o trabalho da SSP. A causa comprovada com o tráfico de drogas foi desconsiderada por militantes que, antes de qualquer aprofundamento por parte das autoridades competentes, “bradaram” a lesbofobia e incluíram mais este caso em suas “estatísticas” de crimes homofóbicos.
Em nada ajudam, em termos de prevenção ou prático-propositivos efetivamente, os incomprovados discursos/“clichês” de que “o Brasil é o país mais homofóbico do mundo”, “a cada X dias, X gays são assassinados no Brasil com requintes de crueldade”; “o Brasil é o campeão mundial em homofobia”, “o Brasil é a nação que mais mata homossexuais”, etc., se as condutas dos VIVOS não forem revistas. A questão é, sobretudo, de prevenção/educação: enquanto a “chave” estiver nos desejos/deliberações dos gays como potenciais vítimas expondo-se a tais riscos, as incidências não diminuirão. Não há política pública ou criminalização que resolva, se tal aspecto (que sempre abordaremos em prol da vida) estiver fora da nossa luta. Delegados e delegadas, por exemplo, que têm cumprido regimentalmente o seu papel – no geral – de forma elogiável (na medida das limitações e falhas sistêmicas comuns em todos os procedimentos estatais), reconhecem, constantemente e de público, com razão, que NADA as Secretarias de Segurança Pública ou as Polícias podem fazer diante da autoexposição/livre deliberação da própria vítima de levar um (ou mais) desconhecido(s)/perfil(is) perigoso(s) – por sexo – para dentro da sua residência, para um local ermo ou para um estabelecimento precário, “de quinta categoria”.
E as LÉSBICAS, onde se inserem neste contexto de insegurança que diz com a nossa complexa/heterogênea população LGTT? Sim: “LGTT”, porque nos atemos às vítimas mais documentadas: homossexuais de ambos os sexos (lésbicas e gays), e, em breve, num outro ensaio, abordaremos as especificidades constatadas, documental/processualmente, em assassinatos de travestis e transexuais – que, também, nem sempre têm a “travestifobia” ou “transfobia” como causa isolada, direta ou imediata (as/os travestis em especial destaque, porque parcela sobremaneira exposta, que mais sofre preconceitos/discriminações, ante a lógica rígida binária de gênero que “estrutura/movimenta” a nossa sociedade e fora da qual ela “não funciona bem”: barra-lhes o livre exercício da cidadania e, pois, infelizmente, exclui-as/os, “cospe”-lhes, despreza-as/os).
As homossexuais brasileiras, felizmente, têm sido poupadas de mortes deste tipo, porque, apesar de haver as que vivenciam múltiplas experiências sexuais, essas são bem mais seguras do que as reiteradas arriscadas decisões de gays – pelo desejo. Embora, portanto, a lesbofobia ceife (algo raro como causa única ou isolada) vidas de lésbicas, os caminhos são muito diversos dos abertos pelos gays dia a dia. Além de poucas ocorrências, o que mais têm motivado assassinatos de mulheres homossexuais, desde sempre em nosso país, é a passionalidade mesclada a outros sentimentos: as mortas por ex-maridos, ex-companheiros ou ex-namorados machistas inconformados (ante a sua posterior escolha afetiva por outra mulher) e pelas próprias esposas/companheiras/namoradas (em desdobramentos do ciúme) destacam-se em comprovações documentais – o que não exclui, no misto de preconceitos/ódio/dominação, a lesbofobia; nem sempre preponderante, mas detectada em alguns casos.
Qualquer pesquisa criteriosa nas raras bases governamentais (http://www.sdh.gov.br/assuntos/lgbt, por exemplo) ou de ONGs (essas coletam somente notícias iniciais da grande mídia e as comentam; por isto, pouco confiáveis) confirma que, no contexto das peculiares violências que geram mortes de LGBTTs, com causa diretamente relacionada ou não à homo(trans)fobia, as lésbicas têm morrido muito menos do que gays e travestis, porque as suas expressões de vivência da sexualidade, no geral, não as expõem. Lésbica cruelmente assassinada (via homicídio ou latrocínio) por ter levado uma desconhecida para casa? Fato raríssimo. No meio gay, infelizmente, realidade corriqueira. De igual sorte, uma análise científica – isenta da “paixão” ou de interesses que cega(m) alguns militantes, portanto -, como procedemos há anos com inquéritos e processos-crime (aliada a técnicas como entrevistas com delegados, agentes, investigadores, juízes e promotores das varas do júri/execuções penais), atesta que não é a exposição a riscos (parceiras interesseiras ou sexo com mulheres de perfil delinquente) que tem gerado assassinatos de lésbicas. Esses, no somatório dos demais, quando a variante considerada é a orientação sexual, felizmente, são exceções.
Nem a criminalização da homo(trans)fobia (medida mais “pedagógica” do que “mágica”, a tipificação legal-penal, que defendemos e com a qual concordamos), nem a isolada destinação de verbas a ONGs resolverá o triste panorama das constantes mortes de homossexuais no Brasil – que, para a diminuição quanto aos gays em específico, têm dependido de autoamor/autoestima e prevenção consciente/cuidado de si, mais do que de qualquer outra ação. O repetido discurso da homofobia como causa única de todos os assassinatos homossexuais, de tão incomprovado, tornou-se enfadonho. Urgem, pois, sensatas reflexões, nos espaços e canais LGBTTTs, sobre a forma como estamos vivendo/administrando os nossos desejos e nos relacionando, sem qualquer cunho moralizador ou de equivocada atribuição de culpa às vítimas. O alerta, aqui e desde sempre, é para os VIVOS! Afinal, em que pese um conhecido panfleto, a sensatez nos leva a reconhecer que, lastimavelmente, “gays vivos têm, sim e muito, dormido com seus próprios inimigos” e, por isto, morrido. Não adianta tentar, por interesses (“holofotes” midiáticos pessoais ou para ONGs; recursos para projetos; “apego” ao que sempre afirmou/defendeu no passado) ou por motivos outros, como se diz, “tapar o SOL com antigas peneiras”. Oxalá as lésbicas prossigam preservadas, raramente assassinadas!
Enézio de Deus – Advogado, servidor público EPPGG/SAEB, Doutorando em Família Contemporânea pela UCSAL, autor, dentre outros livros, de “Assassinatos de Homossexuais e Travestis: Retratos da Violência Homo(trans)fóbica” (Editora Instituto Memória).