Santaluz: jovem apontado como dono da arma usada em assalto que terminou com a morte de professores morre após trocar tiros com a PM
Atualizado em 12/01/17 – 15h06
Arielton Santos de Jesus, 19 anos, conhecido como Ariel, foi baleado e morreu após resistir à prisão e trocar tiros com a Polícia Militar no fim da manhã desta quinta-feira (12) no bairro JK, em Santaluz. A informação foi confirmada pela PM. De acordo com informações obtidas pela reportagem, ele foi apontado como dono da arma usada no assalto que terminou com a morte dos professores Edivaldo Silva de Oliveira e Jeovan Bandeira, no dia 10 de junho do ano passado.
Ainda de acordo com informações apuradas pela reportagem, um adolescente de 17 anos apreendido no último dia 8 de dezembro teria relatado o fato em depoimento a juíza Monique Carvalho de Ribeiro Gomes, durante uma audiência realizada no Fórum de Santaluz na manhã desta quinta.
Após o relato do adolescente de que a arma usada no crime pertencia a Ariel, policiais da 5ª Companhia e da Companhia de Emprego Tático Operacional (Ceto) do Décimo Sexto Batalhão foram ao local para cumprir um mandado de prisão contra o acusado, mas foram recebidos a tiros por ele, segundo a PM. Os militares revidaram e Ariel foi alvejado na perna e no tórax.
Ele foi socorrido pelos próprios policiais e encaminhado ao hospital da cidade, onde deu entrada por volta do meio-dia, em estado grave. O acusado não resistiu aos ferimentos e veio a óbito por volta das 14h15.
Segundo a PM, o caso foi registrado como morte decorrente de oposição à intervenção policial. Ainda de acordo com a corporação, um revólver calibre 38 e um tablete de maconha foram apreendidos durante a ação.
Entenda o caso
No dia 10 de junho de 2016, guarnições da Polícia Militar e da Guarda Municipal de Santaluz receberam a informação de que um acidente teria ocorrido às margens da BA-120 e, quando chegaram ao local, constataram que havia dois corpos carbonizados no porta-malas de um veículo HB20, que estava capotado na rodovia que dá acesso ao município de Queimadas.
Na ocasião, o corpo do professor Edivaldo Silva de Oliveira, 32 anos, conhecido como Nino, que era o proprietário do veículo incendiado, foi identificado por meio de prontuário odontológico, no DPT de Feira de Santana, e liberado para ser enterrado pela família.
Já o outro corpo, que parentes do professor Jeovan Bandeira de Lima, 39 anos, acreditava desde o início ser do docente, que foi visto pouco tempo antes saindo com Nino da escola onde eles trabalhavam, seguiu no Departamento de Polícia Técnica de Feira de Santana sem identificação até a última segunda-feira (9), quando foi reconhecido através de exame de DNA e liberado para ser enterrado pela família. O sepultamento de Jeovan aconteceu no cemitério do distrito de Pereira, sua terra natal, distante 63 quilômetros de Santaluz. Antes, o corpo passou pela sede do município, onde recebeu homenagens de amigos, alunos e parentes.
Dupla confessa participação no crime
No dia 8 de dezembro do ano passado, quando a morte dos professores estava prestes a completar seis meses, a Polícia Militar prendeu Gleice e apreendeu o adolescente, após receber denúncia anônima. Conforme a PM, ambos confessaram envolvimento na morte dos professores e revelaram a participação de uma terceira pessoa no crime: Alan Militão Pires, 19 anos, que foi morto no dia 6 de dezembro, na cidade de Valente, após deixar a delegacia local, onde estava preso por tráfico de drogas.
De acordo com a polícia, a dupla contou que o crime ocorreu após uma tentativa de sequestro frustrada. “Ela assumiu que participou do sequestro dos professores com a ajuda dos outros dois suspeitos e os colocou dentro do porta-malas do carro de Nino. Segundo ela, a intenção era liberar as vítimas na cidade de Queimadas, mas se envolveram em um acidente e capotaram o carro na saída de Santaluz, e decidiram incendiar o veículo para forjar um suposto incêndio”, revelou uma fonte policial ouvida pelo Notícias de Santaluz. “A jovem disse ainda que toda ação foi orquestrada por Alan, que era seu namorado e a teria ameaçado para não contar”, completou.
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