Bahia corre risco de colapso no sistema de saúde
Por Jornal Nacional | G1
O aumento de casos de Covid colocou o estado da Bahia em alerta para o risco de colapso no sistema de saúde.
São pelo menos nove unidades de saúde da Bahia em situação crítica, com 100% de ocupação de leitos de UTI ou clínicos. No Sul da Bahia, ocupação máxima em três das principais hospitais da região – foi em uma delas que dona Margarida, de 93 anos, passou pelo menos dois dias tentando uma vaga.
“Estavam tentando um leito de UTI para ela para intubar, mas, infelizmente, não deu tempo. Na madrugada de quarta (10) para quinta (11) ela morreu no apartamento mesmo, não conseguiram um leito de UTI”, lamentou José Carlos Filho, sobrinho de dona Margarida.
Em Feira de Santana, segunda maior cidade do estado, o hospital de campanha para Covid está com 88% de ocupação dos leitos de UTI.
“O que realmente se espera é que continue esse número de casos ainda elevado por algum tempo. No sábado, por exemplo tivemos até engarrafamento de ambulâncias para entrar no hospital de campanha”, relatou Francisco Mota, diretor médico do hospital de campanha.
Em Salvador, sinal de alerta: a procura por atendimento nas UPAs mais que dobrou nos últimos dez dias.
“Nesse ritmo de evolução, a demanda vai ser muito maior do que a oferta, e aí você pode sim viver um sistema de colapso na cidade de Salvador, pela primeira vez, por conta de descuidos que parte da população está tendo neste momento”, alertou o secretário de Saúde de Salvador, Léo Prates.
A Bahia está hoje com níveis de transmissão iguais aos de agosto de 2020, quando os número ainda eram muito altos. Outro motivo de preocupação é que o estado também já registrou dez casos da variante brasileira.
Por causa do avanço da doença, o governo do Bahia prorrogou a suspensão de aulas até o dia 21 de fevereiro, mas este fim de semana uma liminar da Justiça atendeu ao pedido do Sindicato dos Donos de Escolas Particulares e autorizou o retorno imediato das aulas.
Nesta segunda (15), estudantes da rede particular voltaram às salas depois de 11 meses.
“Nós podemos voltar organizadamente, atendendo aos protocolos, de maneira facultativa, como o sindicato das escolas particulares sempre pregou nesse momento de pandemia”, defendeu Jorge Coelho, do sindicato dos donos de escola.
No início da noite, a liminar foi suspensa a pedido da Procuradoria-geral do estado. Com isso, as aulas presenciais voltaram a ser suspensas. O governador Rui Costa diz que há riscos do sistema de saúde entrar em colapso.
“Infelizmente se esse ritmo for mantido nós teremos obrigação para salvar vidas de fazer restrições caso contrário o sistema de saúde não terá capacidade de atender pacientes”, disse.