Pediatra que matou filho de 3 anos por overdose pega 12 anos de prisão
Por g1 DF
A pediatra Juliana de Pina Araújo, que matou o filho de 3 anos com overdose de remédios, foi condenada a 12 anos de prisão pelo Tribunal do Júri de Brasília, nesta terça-feira (6). O caso ocorreu em junho de 2018, na quadra 210 da Asa Sul (veja detalhes abaixo).
A médica, que tem quadro de depressão, foi condenada a 12 anos de prisão, substituídos por medida de segurança de internação. Segundo a defesa dela, desde a época do crime, a mulher está internada em uma clínica psiquiátrica.
O júri aceitou o argumento do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) de uso de meio cruel no crime. Além de medicar o filho, Juliana cortou a criança na veia do fêmur. Em seguida, ela tentou se matar.
Em outubro do ano passado, um primeiro júri foi realizado, mas teve que ser anulado por haver mais de uma versão dos fatos e dúvidas sobre qual delas era a verdadeira.
Crime
Segundo as investigações, Juliana de Pina matou o filho João Lucas de Pina, de 3 anos. O laudo cadavérico apontou que o óbito da criança ocorreu por “insuficiência respiratória por intenso edema pulmonar”, provavelmente “causado por intoxicação externa medicamentosa”.
A mulher sofria de depressão. Após a morte do filho, ela fez um corte no pescoço e saiu correndo pelas escadas do prédio onde morava, na quadra 210 Sul, sangrando. Testemunhas afirmaram que a ré queria se matar.
O inquérito aponta que, no lugar onde a criança morreu, foram encontradas duas cartelas vazias de um medicamento psiquiátrico – cada uma, originalmente, tinha 30 comprimidos – e um pacote de outro remédio, faltando 18 pílulas.
Além de ter provavelmente ingerido os remédios, o menino apresentava um corte na veia do fêmur direito, na altura da virilha, segundo o delegado responsável pela investigação à época, João de Ataliba.
“A lesão ocorreu com a criança ainda em vida. Apesar do fato de que tal lesão poderia levar ao óbito por choque hemorrágico, esta não foi a causa da morte”, disse.
João Lucas já havia sido internado em janeiro de 2018, em um hospital particular de Brasília, com um quadro de intoxicação medicamentosa. Em depoimento à Justiça, a mãe de Juliana afirmou que, na semana anterior ao crime, a filha já não estava bem e que o psiquiatra que a atendia queria interná-la.