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Por g1

Capa da edição de 10 de setembro da revista “The Economist” | Foto: The Economist

A revista inglesa “The Economist”, uma das publicações de política e economia com maior repercussão no mundo, faz na capa da edição desta semana uma comparação entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente dos Estados Donald Trump. A revista diz que Bolsonaro prepara a “grande mentira” sobre as eleições.

A imagem da capa mostra Bolsonaro de perfil e, ao fundo, a sombra de Trump sobre a bandeira do Brasil. O título diz: “O homem que seria Trump”. Logo abaixo, uma frase: “Bolsonaro prepara sua Grande Mentira no Brasil”.

Trump perdeu as eleições em 2020 nos Estados Unidos, mas desde então segue dizendo que houve fraude nos votos e não aceita o resultado. Seus apoiadores invadiram o Capitólio, sede do Congresso norte-americano, em 6 de janeiro de 2021, numa tentativa de reverter a derrota. O episódio se tornou um dos mais ameaçadores para a democracia norte-americana na história.

A reportagem da “The Economist” que explora o assunto da capa tem como título a frase: “Ganhe ou perca, Jair Bolsonaro representa uma ameaça para a democracia no Brasil”. Em seguida, o texto diz: “Todos os sinais são de que ele vai perder a eleição e vai dizer que não”.

Logo nos primeiros parágragos, a reportagem da “The Economist” lembra que Bolsonaro aparece em segundo lugar nas pesquisas e afirma que é provável que ele perca a disputa.

A revista também cita que Bolsonaro vem repetindo que aceitará o resultado desde que a eleição seja “limpa e transparente”.

Segundo a revista, as insinuação de Bolsonaro sobre eventuais irregularidades não têm fundamento e ele nunca apresenta prova que sustentem as suspeitas.

A “The Economist” afirma ainda que as eleições no Brasil são limpas e transparentes, e que o sistema é seguro e “difícil de adulterar”.

“Aqui está o ponto: Bolsonaro continua dizendo que as pesquisas estão erradas e que ele está a caminho de vencer. Ele continua insinuando, também, que a eleição pode de alguma forma ser manipulada contra ele. Ele não oferece nenhuma evidência confiável, mas muitos de seus apoiadores acreditam nele. Ele parece estar lançando as bases retóricas para denunciar fraude eleitoral e negar o veredicto dos eleitores”, afirmou a revista na reportagem.

A reportagem cita também que Bolsonaro foi um dos últimos líderes mundiais a reconhecer oficialmente a vitória do presidente Joe Biden sobre Trump em 2020. O texto afirma que Bolsonaro tem “instintos autoritários” e que costuma exaltar a ditadura militar brasileira.

“Bolsonaro planta a divisão: o outro lado [os que discordam do presidente] não é só meramente errado, é diabólico. Ele desdenha as críticas como ‘fake news’. Seus instintos são tão autoritários quanto os de Trump: ele é nostálgico sobre os dias de governo militar no Brasil. Um de seus filhos, que também é um dos seus conselheiros mais próximos, aplaudiu os invasores do Capitólio. Bolsonaro foi um dos últimos líderes mundiais a aceitar que Biden venceu”, completou a revista.

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