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Por GloboNews

Imagem: Freepik

Um estudo com dados de sete estados brasileiros aponta que, em 2022, uma mulher foi vítima de violência a cada quatro horas: foram 2.423 casos — e 495 deles terminaram em morte.

O levantamento consta do boletim “Elas Vivem: dados que não se calam”, da Rede de Observatórios da Segurança, lançado nesta segunda-feira (6). A terceira edição do documento compilou os registros na Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo.

O maior número de eventos foi registrado em São Paulo (898) — um a cada dez horas. São casos como o da jovem sequestrada que teve o rosto tatuado com o nome do ex-companheiro ou o da procuradora-geral espancada no local de trabalho.

A Bahia é o estado com maior taxa de crescimento em relação ao último boletim, com uma variação de 58%, com ao menos um caso por dia, além de ser o primeiro em feminicídios do Nordeste, com 91 registros.

“Existe a necessidade de que todas as pessoas tenham um conhecimento social sobre essas questões para que a gente possa transformar esses números, que aumentam a cada ano”, explica a pesquisadora baiana Larissa Neves.

A maior parte dos registros nos sete estados tem como autor da violência companheiros e ex-companheiros das vítimas. São eles os responsáveis por 75% dos casos de feminicídio. As principais motivações são brigas e términos de relacionamento.

“Para além da responsabilidade individual, precisamos refletir sobre a responsabilidade do estado em tolerar que tantos feminicídios aconteçam. Já foram assinados tratados e já avançamos em algumas direções, mas ainda se permite a impunidade. E isso se dá ao não saber como esse crime acontece, não se fazer o devido registro, não qualificar juridicamente da maneira correta”, explica Edna Jatobá, coordenadora do observatório da segurança de Pernambuco.

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