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Por g1

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A Petrobras eleva a partir desta terça-feira (9) os preços da gasolina e do gás de cozinha para as distribuidoras. Mas, mesmo após o reajuste, os preços praticados pela petroleira ainda estão abaixo dos valores no mercado internacional.

Segundo levantamento da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) divulgado na noite de segunda-feira (8), os novos preços da Petrobras ainda têm uma defasagem média de R$ 0,34 por litro.

Ou seja, com o aumento de R$ 0,20 por litro, o valor médio da gasolina ainda está 10% abaixo do que o do produto importado.

A Abicom calcula a paridade de importação diária. Por isso, a associação reflete instabilidades no mercado internacional, levando em consideração flutuações na cotação do dólar, no preço do petróleo, valores de frete e outros fatores.

Até maio de 2023, a Petrobras considerava esses fatores na precificação dos seus combustíveis, mesmo que produzidos no Brasil. Mas a estatal deixou de seguir a política de paridade de importação (PPI), que reajustava o preço dos combustíveis com base nesses mesmos fatores.

Antes, o preço dos combustíveis vendidos para as distribuidoras no Brasil era determinado pelo custo de importar e trazer esses produtos até os portos nacionais. Mas isso fazia com que a estatal repassasse instabilidades ao mercado interno.

Seguindo uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a nova política “suaviza” essa flutuação de preços no mercado internacional, e só altera os valores quando considera necessário.

A política da estatal ajuda a evitar o repasse de instabilidades na cotação dos combustíveis, como picos muito altos de preço no mercado internacional. Mas a empresa também deixa de captar o lucro desses picos.

Críticos da nova política alegam que a Petrobras, como uma empresa que compete no mercado, tem que praticar preços internacionais, sob o risco de tomar prejuízos e perder competitividade.

Além disso, dizem que é uma maneira de usar a empresa para segurar a inflação dos combustíveis. Em 2023, a gasolina foi o item com maior peso no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, a inflação oficial do país), que teve uma alta de 12,09%, puxada também pela reoneração dos combustíveis.

O g1 mostrou em abril que a Petrobras tem atrasado os reajustes no preço dos combustíveis em cerca de um mês, mas não deixa de repassar no Brasil os aumentos do mercado internacional.

Pelo levantamento, os repasses de alta demoram cerca de um mês para ocorrer. Porém, quando o movimento é de queda no mercado internacional, a estatal repassa a redução com mais rapidez. Ao segurar o aumento e repassar rapidamente a redução, a Petrobras não toma prejuízo.

Primeiro reajuste do ano

O último reajuste da gasolina feito pela Petrobras havia sido em outubro de 2023, há nove meses. O novo aumento anunciado pela Petrobras é válido a partir desta terça-feira (9).

O litro da gasolina terá uma alta de R$ 0,20, chegando a R$ 3,01. O botijão de gás de cozinha de 13kg vai subir R$ 3,10, passando a R$ 34,70. O aumento da gasolina é de 7,11%. Segundo cálculo da Warren Investimentos, a variação deve refletir em uma alta de 2,50% na bomba para o consumidor e já ter impacto no IPCA em julho.

Segundo a Petrobras, a gasolina teve redução de R$ 0,17 em seus preços de venda para as distribuidoras desde então.

Já os preços do GLP, o gás de cozinha, não eram alterados desde julho de 2023, há mais de um ano. Naquela ocasião, o botijão de 13kg passou a custar R$ 31,66. A alta é de 9,6%.

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