Chuva de emoção em Santaluz: medalhistas ‘olímpicos’ da Apae celebram conquistas, aplausos e inclusão
O entardecer desta terça-feira (12) em Santaluz, na região sisaleira da Bahia, trouxe algo além da rotina. Chegou com a imagem daqueles que, em um carro aberto, cruzavam as ruas do centro da cidade, carregando no peito o brilho das medalhas e nos olhos o orgulho de quem superou limites. Os atletas da Apae, que fizeram história nas Olimpíadas Especiais das Apaes da Bahia, desfilaram como verdadeiros heróis. Até o céu pareceu homenageá-los, se abrindo generoso para a primeira chuva após uma longa espera.
Ali estava Alef, campeão no salto em distância; Amanda, com o ouro nos 25 metros de caminhada especial; Dailma, prata no salto e bronze nos 400 metros; e as velocistas Laissa e Vilma, que garantiram o bronze nos 200 metros. Ao lado deles, Pedro, o jovem atleta de futsal Down indicado para integrar a seleção baiana, um futuro promissor que pode estar a caminho de Brasília, com a torcida já a postos. Cada um desses atletas, em sua própria jornada, trazia a afirmação de que, sim, eles podem – e como podem.
Para Edisvânio Nascimento, secretário da Apae de Santaluz, a participação dos atletas foi um marco, uma prova de que o caminho da instituição é o da inclusão verdadeira. “É um misto de emoção e certeza de que estamos no caminho certo, na luta por igualdade de direitos e por uma inclusão que de fato aconteça na prática”, disse Edisvânio, emocionado, ao ver seus assistidos recebendo o reconhecimento da comunidade. “Queremos que eles sejam vistos, respeitados e que percebam o quanto são grandes. Essa é a razão da nossa existência.”
O palco das conquistas foi o Complexo Esportivo da Escola de Saúde e Formação Militar do Exército, em Salvador, onde, entre os dias 6 e 9 de novembro, esses jovens de Santaluz deram o melhor de si. Voltaram para casa não só com medalhas, mas com novas experiências, amizades e uma confiança que não se apaga.
Para Edisvânio e a equipe da Apae, a vitória não se mede apenas pelo pódio. Está no que os atletas aprenderam e nas portas que o esporte pode abrir, transformando esses momentos em crescimento pessoal e laços que se fortalecem. “Esses encontros nos ensinam. Aprendemos com eles todos os dias. Para eles, é uma chance de socializar, de abrir novas portas e de ver o mundo com outras possibilidades”, reflete Edisvânio. Em cada competição, em cada abraço ao chegar, há mais do que o brilho de uma medalha; há a essência de uma vida que se amplia, se conecta e encontra novas razões para se superar.
Para os moradores de Santaluz, o desfile dos medalhistas olímpicos da Apae é um lembrete poderoso de que, muitas vezes, os heróis estão mais próximos do que imaginamos. E enquanto o carro passava pelas ruas, era como se cada pessoa ali recebesse a mensagem de que um pouco daquele ouro, daquela prata, daquela vitória era, na verdade, uma conquista de todos.
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