Família relata demora e gastos com exames de jovem com quadro delicado, internada no hospital de Santaluz

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Até a manhã desta sexta-feira (13), Silvania permanecia internada no hospital de Santaluz, aguardando transferência para outra unidade | Foto: Notícias de Santaluz

Quem acompanha a situação da saúde pública em Santaluz tem ouvido reclamações constantes de moradores sobre problemas no atendimento e na agilidade dos encaminhamentos médicos. Um dos relatos mais recentes vem da família de Silvania Neves da Silva, que vive dias de tensão enquanto tenta garantir o tratamento necessário para a jovem de 28 anos.

Segundo os familiares de Silvania, no último domingo (8), data em que ela completou aniversário, a jovem deu entrada no hospital da cidade. Ainda de acordo com a família, o médico de plantão avaliou que seria necessário atendimento com cardiologista, mas o especialista só atenderia pelo SUS na quarta-feira.

Preocupados com a situação, os parentes relatam que, na terça-feira, Silvania ainda estava debilitada. Nesse dia, após uma consulta em um posto de saúde ao lado do hospital, ela realizou um eletrocardiograma e um exame de raio-X pelo SUS. Mesmo assim, a família seguiu apreensiva e decidiu pagar por uma consulta particular com cardiologista, no valor de R$ 300.

A família conta que a especialista considerou o caso delicado após identificar sinais de que o coração de Silvania poderia estar inchado, além de possíveis comprometimentos no fígado e nos rins. A médica elaborou um relatório e recomendou o retorno imediato de Silvania ao hospital municipal.

Os parentes afirmam que, ao ser atendida novamente no hospital, Silvania foi internada pelo médico de plantão. No entanto, de acordo com a família, ela só foi incluída no sistema de regulação na quarta-feira, ao meio-dia, após insistência dos próprios familiares.

Ainda na tarde de quarta-feira, a família relata que Silvania foi levada para a cidade de Conceição do Coité para a realização de um ecocardiograma. Embora o transporte tenha sido providenciado pelo hospital, os familiares afirmam tiveram que arcar com os custos do exame do coração — R$ 230 — e também com um exame laboratorial, no valor de R$ 14.

Enquanto acompanhavam o quadro de Silvania, os familiares também enfrentaram dificuldades com a saúde do filho caçula da jovem, um bebê de sete meses. Segundo a família, a criança foi levada ao hospital em duas ocasiões, mas a consulta com o pediatra da rede pública não solucionou o problema.

Ainda de acordo com os parentes, diante da persistência dos sintomas, a família pagou uma consulta particular em uma clínica na quinta-feira (12), no valor de R$ 300. O bebê necessita de leite especial. A primeira fórmula adquirida pela família por R$ 169 causou reação alérgica. A substituição foi feita por outro tipo de leite, que custa R$ 300. Os familiares relatam que não conseguiram obter o produto pelo município e que, na tarde de quinta-feira, receberam a nova fórmula por meio de doação de uma amiga.

Em meio a exames pagos, contas que se acumulam e incertezas que pesam mais que o dinheiro, a família de Silvania segue tentando garantir o que é possível — para ela e para o filho.

Até a manhã desta sexta-feira (13), segundo a família, Silvania seguia internada em Santaluz, aguardando transferência para o Hospital Ana Nery, em Salvador, ou para o Hospital Dom Pedro, em Feira de Santana.

Até o momento, a prefeitura e a secretaria municipal de Saúde não se manifestaram sobre o caso.

Notícias de Santaluz