Idoso morre após receber alta de hospital em Santaluz e corpo passa horas em casa por impasse sobre atestado de óbito

Marivaldo Almeida dos Santos, conhecido como Nego Pedreiro, de 61 anos, morreu no domingo (24), poucas horas após receber alta do Hospital Municipal de Santaluz, na região sisaleira da Bahia. Segundo familiares, ele estava debilitado por complicações causadas pela diabetes.

Além da dor da perda, a família enfrentou dificuldades para conseguir o atestado de óbito. De acordo com Janecleide, filha de Marivaldo, o pai era atendido com frequência no hospital de Santaluz devido a outras comorbidades. Ela relatou que, entre um atendimento e outro, ele passou mal em casa e sofreu uma queda, machucando a região próxima a um dos olhos.

Por conta do ferimento, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) informou que não poderia atestar a morte na residência, alegando que o caso envolvia uma possível “causa externa” — protocolo utilizado quando há sinais de lesão visível, o que exige apuração mais detalhada para descartar suspeitas de acidente ou violência.

Com isso, o corpo permaneceu por toda a tarde e quase toda a noite no sofá da casa onde Marivaldo morava, nas proximidades do bairro Açude Tapera. Amigos e parentes tentaram, sem sucesso, resolver a situação entre o hospital e o Departamento de Polícia Técnica (DPT). Conforme relataram, cada instituição alegava que a responsabilidade era da outra.

Durante todo o período de espera, a Polícia Militar prestou apoio à família, auxiliando nos contatos com os órgãos responsáveis e permanecendo no local até a remoção do corpo, que somente por volta das 21h30 foi encaminhado ao DPT para ser submetido a necropsia.

A filha de Marivaldo também questionou a decisão médica de liberar o pai, mesmo diante do estado de saúde visivelmente fragilizado. Ele morreu em casa, poucas horas após deixar o hospital.

“Eu acredito que, se tivessem mantido meu pai internado e dado a ele os cuidados necessários, talvez ele ainda estivesse vivo. Ele saiu do hospital muito fraco, mal conseguia ficar em pé. Foi uma questão de poucas horas até tudo acontecer”, afirmou Janecleide.

Não há informações sobre velório e sepultamento.

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