Santaluz: comidas típicas, cultura e lazer integram famílias durante festejos juninos da Rua Cosme de Farias
Dançar forró agarradinho, fazer fogueira na porta de casa, beber licor, comer milho, amendoim, bolos, doces e outras comidas típicas, fazer brincadeiras e decorar a ruas com bandeirolas. Essas são algumas das tradições do período junino mantidas há mais de meio século na Rua Cosme de Farias, em Santaluz. Mais uma vez, a programação especial proporcionou a alegria dos moradores, visitantes ou qualquer pessoa que passava pelo local nesta sexta-feira (24), feriado de São João.
De Salvador, o comerciante Paulo Vieira, de 51 anos, veio à Santaluz, pelo oitavo ano consecutivo, especialmente para o São João da Cosme de Farias. “Isso aqui é festa de família, o verdadeiro sentido da identidade cultural nordestina. Tenho amigos aqui e me sinto muito feliz por participar dos festejos juninos da Cosme. É uma festa muito linda”, afirmou.
Uma das grandes atrações da festa é a ‘guerra de espadas’, tradição mantida há várias gerações pelos moradores da localidade. Durante a guerra, os espadeiros usam roupas, luvas e capacetes para se proteger das espadas, além de deixarem um kit de primeiros-socorros sempre ao alcance de todos. Espadeiro há mais de 50 anos e um dos responsáveis por manter viva a manifestação cultural, seu Domingos, de 67 anos, conta que um grupo de aproximadamente 30 pessoas participa da ‘guerra’ e usa cerca de 700 espadas. “Teve ano que o pessoal gastou mais de 200 dúzias. É uma tradição aqui na rua e sempre brincamos de maneira saudável. Antigamente nem banda tinha, era só a fogueira e espada”, afirma.
Seu Domingos conta que aprendeu a fabricar as espadas desde cedo. “Aprendi a arte com o saudoso seu Niquinha, que foi o responsável por dar início a tudo isso aqui, e já tratei de passar para os meus filhos”. Um desses filhos é Geison Batista, de 40 anos, que mora em Salvador, mas vem à Santaluz todos os anos para ajudar na fabricação das espadas. “Faço um esforço para chegar sempre um mês antes. Todo o ano que a gente vive se resume neste dia, e a tradição não pode acabar”, diz Geison.
Outro aprendiz na arte de ‘guerrear’ é Welitinho, de 30 anos, que faz parte da 3ª geração de espadeiros e participa da brincadeira há quase 20 anos. “A guerra de espadas tem uma importância cultural incrível. Para mim, é um orgulho imenso fazer parte de um grupo que tem como baluartes seu Niquinha e seu Domingos”, disse.
Redação Notícias de Santaluz
Olá. Nasci em santa luz
Morei na rua Cosme de Farias na casa da minha tia Flora. Participei de várias festas
Que saudades de tudo e de todos