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Por Pais&Filhos

Foto: Reprodução

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Nesta semana, vídeos em que crianças e adolescentes aparecem derrubando uns aos outros no chão dentro de escolas começaram a circular nas redes sociais e preocupar pais e mães durante a volta às aulas.

Nos vídeos, três pessoas ficam lado a lado. Enquanto a do meio (desavisada) salta, os outros dois dão uma rasteira, causando sua queda. Em um desses registros, que circula entre grupos de WhatsApp, dois adolescentes aparecem dando uma rasteira em um terceiro, que cai e bate violentamente com a cabeça no chão. O vídeo foi gravado no colégio Santo Tomás Aquino, em Caracas, na Venezuela.

Em novembro do ano passado, uma adolescente de 16 anos morreu em Mossoró, no Rio Grande do Norte, depois de bater a cabeça enquanto participava da brincadeira. A estudante Emanuela Medeiros sofreu traumatismo craniano ao cair após fazer a brincadeira na Escola Municipal Antônio Fagundes. A garota foi socorrida pela direção da instituição e levada ao hospital, mas não resistiu.

Em um dos vídeos que circulam nas redes sociais, três alunas fazem a brincadeira da roleta humana. As meninas são estudantes do Colégio Marista de Natal. A Pais&Filhos entrou em contato com o colégio, que comunicou em nota que está desenvolvendo um trabalho de conscientização sobre os riscos da brincadeira.

Nessas brincadeiras, a criança pode bater a cabeça, a coluna, o braço, então tem uma série de riscos. O neurocirurgião Dr. Cezar Augusto Alves de Oliveira completa: “Quando a queda afeta a parte de trás da cabeça, na região occipital, pode ocorrer tanto uma lesão craniana quanto uma lesão da coluna cervical. Quanto mais alto o adolescente, maior o perigo, pois será maior a queda”.

Nos casos mais sérios, pode haver um traumatismo craniano que pode levar a sequelas e até morte. Caso o seu filho tenha participado, o médico alerta: “É importante procurar o serviço de saúde e explicar o que aconteceu, para afastar os perigos de lesões internas”.

Diante da repercussão do caso, a Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) enviou um comunicado oficial:

“Prezados (as) senhores (as),

A Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) vem, por meio deste, alertar aos pais e educadores sobre a necessidade de reforçar a atenção com crianças e adolescentes, diante do desafio “quebra-crânio”, que se alastra pelo ambiente doméstico, escolar e é reproduzido nas redes sociais.

Ele provoca uma queda brutal, onde um dos participantes bate a cabeça diretamente no chão, antes que possa estender os braços para se defender.

Esta queda pode provocar lesões irreversíveis ao crânio e encéfalo (Traumatismo Cranioencefálico – TCE), além de danos à coluna vertebral. Como resultado, a vítima pode ter seu desempenho cognitivo afetado, fraturar diversas vértebras, ter prejuízo aos movimentos do corpo e, em casos mais graves, ir a óbito.

O que parece ser uma brincadeira inofensiva, é gravíssimo e pode terminar em óbito. Os responsáveis pela “brincadeira” de mau gosto podem responder penalmente por lesão corporal grave e até mesmo homicídio culposo.

Deste modo, como sociedade, pais, filhos e amigos, devemos agir para interromper o movimento e prevenir a ocorrência de novas vítimas. Acompanhar e informar/educar sobre a gravidade dos fatos, pode ser a primeira linha de ação.”

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