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O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates | Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, vai apresentar nesta semana a Luiz Inácio Lula da Silva uma sugestão de substituto para o atual presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, com quem vem travando uma guerra interna no governo já há alguns meses. As informações são da coluna da jornalista Malu Gaspar, no jornal O GLOBO.

Rui quer emplacar no lugar de Prates seu homem de confiança e secretário do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Marcus Cavalcanti, que também já foi secretário de Infraestrutura da Bahia em sua gestão como governador do estado.

A iniciativa do ministro é mais um lance da disputa pelo controle dos rumos da Petrobras, que opõe Prates a Rui e o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira. O fato de Rui já estar até apresentando alternativas a Lula é um sinal de que ele acredita que Prates está politicamente fraco e pode acabar caindo em breve.

A briga entre o presidente da Petrobras e os ministros de Lula tem uma faceta pública e uma de bastidores.

Na pública, Silveira vem cobrando Prates para baixar o preço dos combustíveis para acompanhar a recente queda no valor internacional do barril de petróleo e a desvalorização do dólar.

Prates, por sua vez, respondeu no final de semana pelas redes sociais que “não faz sentido agir por impulso ou açodamento” e escreveu que se o ministro das Minas e Energia quiser “orientar a Petrobras a baixar os preços de combustíveis diretamente”, será necessário seguir tanto a Lei das Estatais e as regras do Estatuto Social da companhia.

Já nos bastidores, em reuniões internas e em discussões via mensagens e telefonemas, o foco da disputa é a proposta da diretoria para transição energética que faz parte do plano estratégico para os próximos cinco anos, que prevê aplicar mais de R$ 5 bilhões em energia eólica, em terra e em alto mar.

Tanto os aliados de Silveira quanto os minoritários se queixam de não terem detalhes do que exatamente será feito e nem dados suficientes sobre a viabilidade financeira dos investimentos – nem desses, nem de outros setores, como os planos para a área de fertilizantes, estaleiros ou a entrada de um novo sócio na petroquímica Braskem.

O clima na cúpula da Petrobras está tão ruim que, em uma reunião no final de outubro, quando o conselheiro e secretário-executivo de Silveira, Efrain Cruz, defendeu a proposta do comitê de investimentos de baixar o limite de valor para os projetos de transição energética terem que ser avaliados pelo conselho, Prates reagiu mal.

Reclamou de falta de confiança, disse que não tinha que dar tantos detalhes aos conselheiros e ameaçou fazer queixa formal de Cruz ao próprio Lula.

Nesse contexto será votado na próxima quinta-feira (23) o Plano Estratégico da Petrobras para o período de 2024 a 2028. Do jeito que a coisa vai, mesmo que consiga aprovar o plano que pretende, o risco é Prates acabar não conseguindo acompanhar a sua execução.

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