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Por Fantástico

Imagem: Reprodução/TV Globo

As eleições deste ano deram projeção nacional a uma senadora de Mato Grosso do Sul, que terminou a corrida à presidência em terceiro lugar e se consolidou como uma liderança feminina de centro. O apoio de Simone Tebet, do MDB, foi decisivo para a eleição de Lula, no segundo turno. E agora, ela deve ter um papel de destaque no novo governo.

A repórter Ana Carolina Raimundi teve acesso ao dia a dia da senadora, por uma semana. Dos corredores do Congresso à intimidade em família: Simone Tebet falou sobre a luta feminista, a defesa da democracia e sobre os planos para 2026.

“Eu tive que entrar realmente de cabeça na campanha, como fiadora do processo, né? O que está em jogo é a própria democracia. Se eu que sou uma pessoa do centro estou aqui nessa frente democrática, não há problema nenhum de vocês nos acompanharem”, afirma a senadora.

Ana Carolina Raimundi pergunta se a senadora se considera uma mulher feminista.

“Feminista é toda aquela mulher que defende os seus direitos, sejam eles quais forem, até o direito de ser mãe e querer ficar dentro de casa, cuidar dos filhos. É um direito da mulher ser o que ela quiser. Se é esse o conceito de feminista, sim, eu sou feminista. Eu faço política para defender que as mulheres tenham igualdade de salários, estejam nos espaços de poder”, diz Tebet.

Ana Carolina Raimundi: “Isso é uma pauta que você pretende levar adiante?”

Simone Tebet: “Olha, quando eu apresentei meu manifesto, eu disse que estava apoiando o presidente Lula, não por adesão, mas por um projeto de país. ‘Eu preciso que você incorpore pelo menos algumas das minhas propostas’. E apresentei cinco. Entre as cinco, eu coloquei a igualdade salarial de homens e mulheres, que é um projeto que está parado na Câmara e já foi aprovado no Senado”.

A senadora Tebet liderou a participação feminina nas sessões da CPI da Covid, ano passado, tornando-se mais conhecida nacionalmente.

Simone Tebet: “Mulher se fala baixo, ela é frágil. Se ela se impõe, ela é histérica, ela é descontrolada. São dois termos que a mulher não pode aceitar nunca, porque têm todo um histórico em relação a isso”.

Sobre críticas, a senadora fala: “Depois do segundo turno, eu tive consciência do que é uma rejeição. Foi a decisão mais arriscada de toda a minha vida política, porque eu nunca estive do lado do PT, mas sempre estive do lado da democracia. Todo mundo fala que a gente é fruto do meio. eu falo que a gente é fruto do meio e do tempo em que a gente nasceu”.

Simone Tebet tem 52 anos, nasceu em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul. É filha do advogado e ex-senador Ramez Tebet, que morreu em 2006.

Tebet se formou na faculdade de direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro, foi professora universitária, deputada estadual pelo Mato Grosso do Sul, prefeita de Três Lagoas, vice-governadora e é senadora pelo MDB desde 2015. Aprovou projetos do atual governo como já tinha aprovado de governos anteriores.

Ana Carolina Raimundi: “Você acha que daqui a quatro anos continua a sua vontade de se candidatar à presidência da República?”

Simone Tebet: “Eu acho que a nossa missão não terminou. Essa frente precisa ser ampliada para que em 2026, seja quem for o próximo presidente da República, seja um presidente democrata, de preferência uma mulher. Não precisa ser eu. Quem sabe uma mulher negra, para mostrar a cara do Brasil”.

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