Lula defende diálogo sobre Venezuela no Mercosul: ‘Não pode é isolar’
Por TV Globo e g1
O presidente Lula (PT) voltou a defender nesta terça-feira (4) diálogo sobre a Venezuela no Mercosul, e disse que não se pode “isolar” o país. A nação faz parte do bloco, mas está suspensa desde 2017.
Na cúpula do grupo, o petista disse que “problemas de democracia” têm que ser enfrentados. Ele também citou a situação na Nicarágua, que tem perseguido bispos da Igreja Católica.
“Com relação à questão da Venezuela, gente, todos os problemas que a gente tiver de democracia, a gente não se esconde deles, a gente enfrenta eles. Não conheço pormenores do problema com a candidata da Venezuela, pretendo conhecer”, disse.
Ao citar “a candidata da Venezuela”, Lula fazia referência à ex-deputada Maria Corina Machado, principal candidata da oposição no país, e que foi declarada inelegível por mais 15 anos pelo regime de Nicolás Maduro.
A ex-deputada, de 55 anos, já estava proibida de ocupar cargos públicos, e o veto foi prorrogado, segundo o controlador-geral do país.
As declarações de Lula foram em fala à imprensa após o Brasil assumir a presidência do Mercosul, por seis meses, substituindo a Argentina. Além dos dois países, também são ativos no bloco Paraguai e Uruguai. A cúpula ocorreu em Puerto Iguazú, na Argentina.
“Eu assumi o compromisso com o Papa Francisco de falar com o [presidente da Nicarágua] Daniel Ortega, na próxima semana, para falar da disputa com os setores da igreja. O que não pode é a gente isolar e a gente levar em conta que os defeitos estão em apenas um lado, os defeitos são múltiplos”, afirmou.
Lula afirmou que quer colher as principais divergências do grupo para poder “alinhavá-las”, enquanto presidente do bloco. Sem citar nomes, Lula citou a importância da manutenção da união dos integrantes.
“Nós formamos um bloco, juntos somamos mais gente, juntos temos mais capilaridade de negociar com quem que a gente queira”, disse. “É importante que a gente tenha clareza da importância da unidade.”