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Por G1

Foto: Divulgação

Uma médica de Taubaté (SP) viralizou depois de ter o vídeo em que canta e toca para pacientes com Covid-19 internados na UTI postado na internet. A imagem foi feita em uma das alas de tratamento intensivo no hospital de M’Boi Mirim, na capital, onde ela faz residência e até a manhã deste domingo (28) registrou mais de 1,4 milhão de visualizações.

Quem aparece no vídeo é Bruna Falluh, que canta uma música cristã e toca violão para pacientes que estão internados, a maior parte intubados. O local, administrado pelo Albert Einstein, tem quatro alas intensivas e é referência no atendimento da doença. Ela conta que começou a residência há cerca de um mês, já no atendimento de pacientes graves com a doença.

“Eu não queria que os pacientes se sentissem sozinhos. Queria que eles escutassem uma sinfonia que não fosse a dos aparelhos”, conta.

Bruna iniciou a carreira em um momento crítico da história recente para profissionais da saúde e atualmente faz parte da equipe de cuidados paliativos – quando o paciente chega em um momento irreversível da doença. A etapa do tratamento prevê a minimização dos sintomas e da dor no processo.

Ela conta que, neste cenário, além dos tratamentos médicos, as equipes adotam posturas para manter o conforto emocional de quem está hospitalizado.

“Buscamos soluções para momentos em que não há solução. Ficamos ao lado deles pela família, que não está ali”, explica Bruna.

Empatia

Bruna comenta que a linha de frente desafia o lado profissional e humano de quem atua, com uma rotina de altos e baixos entre pacientes com melhora e piora.

Ela lembra a ligação de despedida para a família que fez com uma paciente que venceu a doença, mas não resistiu às sequelas.

“Com a doença, a família não tem acesso ao paciente e a saída são as chamadas que mantemos com as famílias. Nesse caso, ela estava muito frágil e toda família se reuniu para dizer palavras de carinho e lembrar o legado dela. Minutos depois que desligamos ela faleceu. Todos nos emocionamos muito e aquilo me marcou”, conta.

Para a médica, o registro que viralizou é uma representação do que ela vê todos os dias no hospital. “Todos os dias nossa missão é ser mais humano, mais próximo em um esforço incansável por aqueles que estão ali”.

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