Viúva luta por pensão há 10 anos e descobre que mulher com mesmo nome e CPF recebe em seu lugar
Por Bom Dia Rio
Há dez anos, Ângela Maria ficou viúva e deu entrada no INSS para receber a pensão do marido. Só que, para sua surpresa, uma pessoa com o mesmo nome e CPF que ela já estava recebendo o benefício em seu lugar. Ângela ficou viúva em 2014 e, desde então, foram quatro tentativas que tiveram o pedido negado.
Ela conta que está desempregada e, em função disso, precisa da ajuda dos filhos para sobreviver.
“Eu estou nesse dilema. Eu estou parada há um ano e eu não sei mais o que fazer. Sou sustentada pelos meus filhos e eu estou desesperada. Eu peço ajuda das autoridades, eu não sei mais o que fazer”, desabafa Ângela.
Ângela conta ainda que no ano que vem já pode pedir para se aposentar por idade, mas está com medo de não conseguir.
“Eu trabalhei mais de 24 anos e não consigo dar entrada por idade. Eu tenho direito a minha aposentadoria. Agora, como é que eu vou dar entrada no ano que vem? Como? Se consta lá que eu já estou aposentada. Pelo amor de deus, me ajuda, porque eu não estou aguentando mais”, lamenta a viúva.
De acordo com Ângela, existe uma suposta homônima cadastrada com o mesmo CPF que ela, e que nasceu na mesma cidade – em Muriaé –, mas que reside em Minas Gerais. Ângela vive em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.
Após várias tentativas sem sucesso, a viúva procurou a ajuda de uma advogada e encaminhou o caso para a justiça.
“Nessa época, o próprio Ministério informou que haveria uma outra, mas que nasceu em 1970 com o mesmo nome de mãe, mas o nome do pai era diferente e o nome dos avós também. Aí, foi quando ingressei com ação pedindo a regularização do cadastro nacional de informação social dela”, explica a advogada Elizabeth Borges.
Até o ano passado, Ângela trabalhava de carteira assinada em uma casa em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, enquanto a outra Ângela recebia a pensão. Em vista disso, a viúva teve o seguro desemprego negado quando foi demitida.
A advogada de Ângela teve acesso ao documento apresentado ao INSS e afirma que as informações são as mesmas, mas a foto é de uma mulher branca.
“Nessa época, o próprio Ministério informou que haveria uma outra, mas que nasceu em 1970 com o mesmo nome de mãe, mas o nome do pai era diferente e o nome dos avós também. Aí foi quando ingressei com ação pedindo a regularização do cadastro nacional de informação social dela”, explica a advogada Elizabeth Borges.
O INSS disse que entrou em contato com a viúva pedindo pra que ela vá a uma agência da Previdência Social para que seja feita uma nova análise da situação.
Segundo o INSS, esse problema aconteceu devido a “inconsistências cadastrais”.
Filho de ex-prefeito faz homenagem com cerveja em cima do túmulo do pai em cemitério
Por g1 ES
O filho de um ex-prefeito de Santa Teresa, na Região Serrana do Espírito Santo, demonstrou a saudade que sente do pai de um jeito um tanto quanto diferente. Após cinco vitórias consecutivas do Botafogo no Campeonato Brasileiro, o capixaba reuniu um grupo de amigos ao redor do túmulo do falecido político Gilson Amaro com cerveja e alguns petiscos na tarde do último sábado (13). O ex-prefeito era torcedor do time carioca.
No vídeo, que circula nas redes sociais, é possível ver um cooler e diversas garrafas de cervejas em cima do túmulo de Gilson Amaro, que morreu no dia 13 de abril de 2021, vítima de covid-19. É possível ver ainda os recipientes com alguns petiscos.
Os homens aparecem nas imagens com a camisa do Botafogo, time de coração pelo qual o político torcia quando era vivo. Num momento da gravação, que circula nas redes sociais, o filho de Gilson Amaro aponta para o imagem do pai no túmulo e diz:
“Isso aqui, oh, deve tá rindo… Deve tá rindo todinho! Eu conheço meu pai!”
Outro homem, que também está na reunião entre amigos, comenta:
“Oh lá, oh, olha a festa que foi feita para o Gilson Amaro aqui hoje, olha… Hoje só foi alegria!”
Em conversa com o g1, um dos filhos de Gilson, que não quis se identificar, disse que a reunião com petiscos e cerveja ao redor do túmulo do ex-prefeito aconteceu no cemitério da comunidade de São Francisco, localizada a 16 quilômetros do centro de São Roque do Canaã, cidade também da Região Serrana onde o político cresceu.
“Eu senti muita saudade do meu pai. Ele foi o cara que me trouxe felicidade. Ele era um político, mas era o nosso pai. Eu me lembro dele indo ao estádio, indo ver o Botafogo… Tenho certeza que se ele estivesse aqui, ele estaria feliz. Eu senti um vazio muito grande, muita saudade dele. Juntei uns amigos e quis estar perto”, disse.
O filho explicou que, apesar de visitar o cemitério com frequência, foi a primeira vez que levou bebida alcóolica para o túmulo de Gilson Amaro.
“Foi a primeira vez que eu levei bebida, e eu sei que vai ser a última porque alguém filmou e postou. As pessoas julgam errado. Eu tenho o costume de ir ao cemitério há mais de 35 anos. Limpo as ‘catacumbas’. Minha filha adolescente também vai. A gente fica conversando. Para a gente é comum…”, disse.
O homem explicou ainda que, apesar do clima de descontração das vitórias consecutivas do Botafogo, o time acabou perdendo no dia seguinte à homenagem feita no cemitério para o Goiás, por 2×1.
“Eu fui porque estava com saudade dele. Meu pai não era só meu pai. Ele era meu pai e mãe. Ele me ensinou tudo que sei na vida. O vazio dele é muito grande. É tão grande que eu não lembro com tristeza, que eu lembro com alegria”, disse.
Raio atinge casa e deixa criança, mãe e avó feridas no Ceará
Por g1 CE
Um raio atingiu uma casa e deixou três pessoas feridas em Jijoca de Jericoacoara, a 297 quilômetros de distância de Fortaleza, na tarde de terça-feira (16). As vítimas são duas mulheres e uma criança, que estavam na residência no momento do ocorrido.
Segundo Vanderlice, dona do imóvel, ela estava na residência com a nora e o neto quando ouviu um estrondo e em seguida viu a poeira subir com as paredes caindo. Ela ficou com o pé ferido.
Já Benedita, mãe da criança, estava deitada em uma rede com o filho e os dois caíram no chão quando o raio derrubou parte da parede. A família foi socorrida para o hospital municipal, com escoriações pelo corpo.
Além de derrubar paredes, a descarga elétrica do raio danificou os aparelhos eletrônicos da casa, arrancou uma porta e quebrou o telhado.
Até o dia 10 de abril a Enel Distribuição Ceará contabilizou 221.570 raios em todo o estado, por meio de um sistema que monitora, entre outras ocorrências, descargas atmosféricas.
Padrasto é preso por estuprar e engravidar criança na Bahia; parto foi feito em casa com auxílio do suspeito
Por g1 BA
Um homem de 46 anos foi preso na segunda-feira (15) por estuprar e engravidar a enteada no distrito de Trancoso, em Porto Seguro, extremo sul da Bahia. A vítima tinha 10 anos quando o crime foi cometido e o parto foi feito em casa, com auxílio do investigado.
A criança engravidou em decorrência do abuso sexual e teve o bebê no sábado (13). No domingo (14), ela precisou ser levada para um hospital.
Profissionais da unidade médica acionaram o Conselho Tutelar, que estiveram no local e ouviram a vítima. A menina, então, contou o que aconteceu. O homem chegou a negar que teria estuprado a criança, e foi submetido a um teste de DNA.
O exame comprovou que ele era o pai do bebê e, portanto, que tinha cometido o estupro. A polícia, então, pediu a prisão do homem, que foi acatada pela Justiça. O investigado disse, em depoimento, que não se lembrava de ter abusado da enteada, porque estaria alcoolizado.
A vítima relatou que o estupro ocorreu na própria casa, e que o padrasto a coagiu a esconder a gravidez ao máximo. A mãe da criança foi ouvida e disse, em depoimento, que não conseguia acreditar no abuso sexual porque o investigado “tinha uma boa relação com toda a família”.
Agora com 11 anos, a vítima e o bebê estão abrigadas na casa de uma tia. O homem está na Delegacia de Porto Seguro e será levado para o Presídio de Eunápolis, onde ficará à disposição da Justiça.
Botijão de gás pode ficar abaixo de R$ 100, avalia Petrobras
Por g1
A Petrobras informou que reduzirá, a partir desta quarta-feira (17), o preço médio de venda do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) para as distribuidoras. Com a diminuição, que será de R$ 0,69 por quilo, o preço passará de R$ 3,2256 para R$ 2,5356 por quilo, equivalente a R$ 32,96 por botijão de 13 kg.
Segundo a companhia afirmou em comunicado, caso as parcelas referentes aos demais agentes sejam mantidas, e com base na pesquisa de preços da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para o período de 7 a 13 de maio, o preço médio ao consumidor final poderia atingir o valor de R$ 99,87 por 13kg.
A petroleira reforçou, ainda, que o valor efetivamente cobrado ao consumidor final no ponto de venda é afetado também por outros fatores como impostos e margens de lucro da distribuição e da revenda.
Segundo a Petrobras, a redução dos preços têm como objetivos principais: A manutenção da competitividade dos preços da companhia frente às principais alternativas de suprimento dos seus clientes; e a participação de mercado necessária para a otimização dos ativos de refino em equilíbrio com os mercados nacional e internacional.
“Ciente da importância de seus produtos para a sociedade brasileira, a companhia destaca que na formação de seus preços busca evitar o repasse da volatilidade conjuntural do mercado internacional e da taxa de câmbio, ao passo que preserva um ambiente competitivo salutar nos termos da legislação vigente”, disse a Petrobras em nota.
A companhia ainda informou que publica em seu site informações referentes à sua parcela e dos demais agentes na formação e composição dos preços médios de combustíveis ao consumidor.
Em teste de habilidades de leitura entre crianças, Brasil ocupa 39º lugar em ranking com 43 países
Por g1
Na 39ª posição entre 43 países, o Brasil está atrás de nações pobres, como Azerbaijão e Uzbequistão, em um exame internacional que mede habilidades de leitura de alunos do 4º ano do ensino fundamental (de 9 a 10 anos de idade).
Os resultados do Pirls 2021 (Progress in International Reading Literacy Study) foram divulgados nesta terça-feira (16) e marcam a estreia brasileira na avaliação, existente desde 2001.
📕O que a prova mede? O teste avalia a capacidade de as crianças compreenderem textos, estabelecerem conexões entre as informações lidas e desenvolverem um senso crítico a respeito de um conteúdo.
📕 Como funciona? É uma prova aplicada para alunos das redes pública e privada, com questões dissertativas e mais complexas do que as usadas nos exames nacionais de leitura, como o Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica).
📕 Quando a avaliação foi aplicada? Por causa da pandemia e das restrições no funcionamento das escolas, os 400 mil estudantes, dos 43 países participantes, foram avaliados em datas diferentes — de outubro de 2020 a julho de 2022. No Brasil, os estudantes participaram no fim de 2021.
“Não só estamos entre os últimos países do ranking, como também temos um dos maiores índices de desigualdade entre os estudantes”, afirma Gabriel Corrêa, diretor de políticas públicas da ONG Todos Pela Educação.
“Tudo o que aconteceu na pandemia — escolas fechadas, acesso precário ao ensino remoto e falta de coordenação nacional do governo federal — trouxe impactos. Há muito o que evoluir.”
📖 Só 13% dos brasileiros têm nível de aprendizado adequado
Os dados individuais são preocupantes, afirmam especialistas ouvidos pelo g1: 38% dos estudantes brasileiros não dominavam as habilidades mais básicas de leitura. Só 13% foram considerados, segundo a avaliação, proficientes.
“É um cenário difícil. E pode ser que a situação seja mais grave, porque a avaliação considera os alunos que estavam na escola. Sabemos que, na pandemia, quase 2 milhões de crianças ficaram sem aulas”, afirma Anna Helena Altenfelder, presidente do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec).
Exemplos: Na prática, significa que os alunos no Brasil conseguiram ler textos simples e localizar ideias que estavam explícitas. No nível mais avançado, registrado por países como Inglaterra, os estudantes conseguem interpretar as emoções dos personagens, avaliar o estilo do autor, fazer ligações complexas entre as ideias e estabelecer comparações mais elaboradas.
📖 Brasil está entre os últimos do ranking
No ranking geral, o Brasil, com 419 pontos, ficou bem abaixo da média (500 pontos) e atrás de países como Turquia (496), Azerbaijão (440), Uzbequistão (437) e Omã (429).
Os melhores desempenhos foram registrados em Singapura, Hong Kong, Rússia, Inglaterra e Finlândia.
“Ficou claro que estar bem em índices nacionais, como o Saeb, não significa estar bem em parâmetros internacionais”, diz Ernesto Faria, diretor-fundador do Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional).
“Nossas avaliações são importantes, mas precisam ser revistas. Temos de subir a ‘barra’ de exigência. O Pirls traz textos mais longos e complexos, que levam a um diagnóstico mais preciso [da aprendizagem dos alunos].”
Petrobras anuncia redução de 21,3% no gás de cozinha, 12,6% na gasolina e 12,8% no diesel
Por g1
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, anunciou nesta terça-feira (16) a redução nos preços da gasolina, do óleo diesel e do gás de cozinha (GLP). Os novos preços valem a partir desta quarta (17).
A afirmação foi feita ao lado do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, após reunião entre os dois em Brasília.
Segundo Jean Paul Prates, as reduções nas distribuidoras serão as seguintes:
Gasolina A: redução de R$ 0,40 por litro (-12,6%);
Diesel A: redução de R$ 0,44 por litro (-12,8%);
Gás de cozinha (GLP): redução de R$ 8,97 por botijão de 13 kgs (-21,3%).
Com essa redução, segundo a Petrobras, o preço do botijão de gás para o consumidor final pode cair abaixo dos R$ 100. O valor praticado na revenda, no entanto, não é controlado diretamente pelo governo.
As denominações “gasolina A” e “diesel A” se referem ao combustível puro – antes da mistura com álcool e biodiesel, respectivamente.
“Destaca-se que o valor efetivamente cobrado ao consumidor final no posto é afetado também por outros fatores como impostos, mistura de biocombustíveis e margens de lucro da distribuição e da revenda”, diz a Petrobras no anúncio.
No início da manhã, a estatal anunciou uma nova política de preços para os combustíveis no mercado interno.
Com isso, fica revogada a fórmula da Paridade de Preço de Importação (PPI), baseada nas oscilações do dólar e do mercado internacional de óleo, e que contabilizava também os custos logísticos com transporte e taxas portuárias, por exemplo.
“Essa nova política, além de servir a uma política comercial adequada, que é competir internamente e tornar os preços mais atrativos para o consumidor, vai diminuir o impacto na inflação. E vai ajudar o Brasil inclusive a sensibilizar, por exemplo, o Banco Central para que a gente possa diminuir a nossa taxa de juros”, afirmou Alexandre Silveira.
“A Petrobras vai se livrar de muitas amarras que a colocavam, muitas vezes, até mal posicionada. Porque a volatilidade era obrigatoriamente cumprida por ela, muitas vezes, de forma a prejudicar o consumidor e a própria empresa. Ganha o governo, mas ganham principalmente as brasileiras e os brasileiros”, declarou.
Preços seguirão ‘referência’ internacional, diz Prates
Em seguida, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou que a nova política de preços da estatal não se afastará da “referência internacional dos preços”.
Segundo ele, o preço global do petróleo será considerado, mas em outro modelo. A fórmula anterior, diz Prates, era uma “abstração”.
“Estamos comunicando ao mercado um ajuste na estratégia comercial de composição de preço e nas condições de venda. Esse modelo maximiza a incorporação de vantagens competitivas, sem se afastar absolutamente da referência internacional dos preços”, disse.
“Quando digo referência, não é paridade de importação. Portanto, quando o mercado lá fora estiver aquecido, com preços fora do comum e mais altos, isso será refletido no Brasil. Porque abrasileirar o preço significa levar vantagens em conta, sem tirar nossas vantagens nacionais”, disse.
“Paridade de importação era uma abstração. Pegar preço lá fora, colocar aqui dentro como se tivesse produzido lá fora, só que na porta da refinaria daqui”, continuou.
Fome atingiu 29 milhões de brasileiros no fim do governo Bolsonaro, mostra estudo
Por GloboNews
Um levantamento publicado pela FGV mostrou que o número de pessoas em situação de vulnerabilidade aumentou no Brasil no fim do governo Bolsonaro. A fome chegou a atingir 29,2 milhões de brasileiros no final de 2021, em números só superados pelos do início da pandemia, em 2020.
O IBGE divulgou um estudo na última semana que mostrou uma queda na desigualdade no Brasil, chegando ao menor nível em 11 anos. Os motivos para isso foram a melhora no mercado de trabalho e o aumento do valor do Auxílio Brasil, programa social promovido pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Apesar disso, ao cruzar este estudo do instituto com os dados da Pesquisa Nacional por Domicílios (Pnad), da Pesquisa de Orçamentos Familiares e com os dados da inflação, o estudo verificou que mesmo com o aumento de renda de parte de brasileiros em virtude destes programas sociais, parte da população ainda não consegue ter o suficiente para garantir uma alimentação saudável. E o principal motivo é a inflação alimentar.
No final de 2021, o número de brasileiros que viveram algum tipo de insegurança alimentar chegou a 29,2 milhões – o que representa mais de 10% da população do país. Entre o fim de 2018 e o primeiro trimestre de 2019, o número era de 25,6 milhões. A quantidade deu um salto após o início da pandemia, chegando a 31 milhões, e mesmo após a aplicação dos fatores econômicos citados pelo IBGE, que aumentaram a renda de parte da população do país, o alto custo dos alimentos fez aumentar a fome entre o fim de 2021 e o começo de 2022.
Daniel Duque, responsável pelo estudo do FGV, afirma que o aumento do valor dos alimentos supera a redução da desigualdade, uma vez que fatores como a Guerra da Ucrânia, problemas na produção e outros fizeram com que o aumento no setor de alimentos e bebidas chegasse a 40%. E a alta atinge mais fortemente as populações mais baixas, que não têm recursos para se alimentar com o que é mais básico.
“Certamente são questões correlacionadas, mas a gente está falando de fenômenos diferentes”, explica Duque.
“Claro que a gente não quer uma distância entre ricos e pobres muito grande, então a gente tem que se preocupar com a desigualdade e tem que comemorar quando ela cai. No entanto, isso não significa que porque a gente observou um aumento da desigualdade que houve também necessariamente uma redução do número de pessoas em insegurança alimentar”, argumenta.
Para o analista da FGV, a grande questão está na diferença entre o aumento da renda da população e o aumento dos alimentos, provocado pela inflação neste setor – que foi muito maior que nos outros.
“Isso vai depender da renda das pessoas, mas também do preço dos alimentos, e como a renda daquelas pessoas que estão no limiar mais baixo da sociedade vai funcionar com a alimentação”, concluiu.
Homem de 72 anos recebe multa de R$ 4,7 mil por consertar buraco em rua na Itália
Por O Globo e agências internacionais
Um homem de 72 anos recebeu uma multa de € 882 (R$ 4,7 mil, na cotação atual) em Barlassina, na Itália, por ter consertado um buraco de 30 centímetros na rua. O aposentado Claudio Trenta já havia denunciado o problema ao governo, mas, sem receber alguma resposta sobre o caso, decidiu reparar o local por conta própria em abril.
Ex-técnico de informática, Trenta é cidadão do município desde 1958. Nas redes sociais, é ativo no grupo “Acontece em Barlassina e arredores”, espaço criado por ele para relatar os problemas de sua região. Quando viu o buraco, então, não conseguiu ignorar e decidiu fazer algo a respeito.
Para isso, gastou R$ 75 e usou alcatrão, resíduo proveniente da destilação do carvão. O espaço foi restaurado, mas, dias depois, ele foi surpreendido com uma multa por ter realizado o “trabalho” sem ter permissão oficial ou competência para isso. A escritura enviada prevê, ainda, que ele “remova as obras ilegais” — ou seja, refaça o buraco.
“Se me acharem idiota estão muito enganados. Me provocaram e agora estou apresentando uma queixa ao município por omissão de documentos oficiais”, disse Trenta ao jornal Corriere della Sera. “Não suporto o fato de que as pessoas que são pagas para servir aos interesses dos cidadãos não respeitam os próprios cidadãos”, completou.
Após ter denunciado o buraco à autoridade local várias vezes ao longo de três meses, Trenta recebeu uma onda de solidariedade na Itália. No Facebook, uma pessoa escreveu: “Hoje enviei um e-mail de protesto para a prefeitura de Barlassina”. Vittorio Sgarbi, subsecretário do Ministério da Cultura, também participou do debate e disse: “Além do código da estrada, há bom senso. O bom senso deveria ter levado a polícia local a agradecer a este senhor”.
Petrobras anuncia fim de reajuste de preços baseado na cotação internacional
Por g1
A Petrobras anunciou nesta terça-feira (16) o fim da paridade de preços do petróleo – e dos combustíveis derivados, como gasolina e diesel – com o dólar e o mercado internacional.
Pela regra em vigor desde 2016, o preço desses produtos no mercado interno acompanha as oscilações internacionais, ou seja, não há intervenção do governo para garantir preços menores.
A Petrobras anunciou o fim desse mecanismo automático.
“Os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”, diz o comunicado.
No cálculo anterior, chamado de Preço de Paridade de Importação (PPI), a Petrobras considerava o valor do petróleo no mercado global e custos logísticos como o fretamento de navios, as taxas portuárias e o uso dos dutos internos para transporte.
Segundo a nota oficial da Petrobras, a nova “estratégia comercial” usa duas referências de mercado: o “custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação”, e o “valor marginal para a Petrobras”.
1️⃣ “O custo alternativo do cliente contempla as principais alternativas de suprimento, sejam fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutos”, explica o comunicado da Petrobras.
2️⃣ Já o “valor marginal”, segundo a petroleira, é “baseado no custo de oportunidade dadas as diversas alternativas para a companhia dentre elas, produção, importação e exportação do referido produto e/ou dos petróleos utilizados no refino”.
“Com a mudança, a Petrobras tem mais flexibilidade para praticar preços competitivos, se valendo de suas melhores condições de produção e logística e disputando mercado com outros atores que comercializam combustíveis no Brasil, como distribuidores e importadores”, diz o texto.
Lula quer ‘abrasileirar’ o preço
Desde a campanha, o hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vinha falando em “abrasileirar” o preço dos combustíveis. O que, de modo geral, significa criar mecanismos para reduzir o impacto dessas oscilações internacionais do petróleo nas bombas dos postos.
Em um comunicado no último domingo (14), a Petrobras informou que analisaria o tema nesta semana.
Prates fala em manter competitividade
Na sexta-feira (12), o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, já havia antecipado que a petroleira deveria decidir nesta semana sobre os reajustes de combustíveis e a nova política de preços praticada pela estatal.
Questionado sobre o novo critério utilizado para definição de preços nas refinarias, Prates afirmou que será o de “estabilidade versus volatilidade”. Segundo ele, o novo formato deverá evitar tanto a estagnação de preços quanto o que chamou de “maratona” de reajustes.
“Não precisamos voltar ao tempo em que não houve nenhum reajuste no ano inteiro. Em 2006 e em 2007 aconteceu isso. E também não precisamos viver dentro da maratona de 118 reajustes para um único combustível, como foi em 2017, o que levou à crise enorme da greve dos caminhoneiros”, afirmou ele, na ocasião.
Prates disse também que, mesmo com a mudança, a Petrobras continuará seguindo a referência internacional e mantendo a competitividade interna. “Nós não vamos perder venda. Não vamos deixar de ter o preço mais atrativo para os nossos clientes.”
O presidente mencionou também a produção brasileira dentro da composição de preços, citando a estrutura de escoamento, de transporte, a capacidade de refino e a fonte de petróleo do país.
“Tudo isso faz parte de um modelo de preços empresarial que a Petrobras vai conversar melhor na semana que vem”, concluiu.
Novo cálculo não foi divulgado
O comunicado da Petrobras, no entanto, não apresenta uma fórmula clara indicando qual será o peso de cada fator no novo cálculo.
Sócio-fundador e diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), o economista Adriano Pires afirmou ao g1 que o comunicado da Petrobras é confuso e “tumultua o mercado” ao dizer, por exemplo, que o preço de paridade “passa a ser uma referência”.
Pires chegou a ser cotado para assumir o comando da Petrobras, em 2022, mas desistiu em meio a uma apuração sobre possível conflito de interesses – já que, como especialista na área, ele havia prestado consultoria a investidores privados.
“Esse tipo de anúncio que vem sendo feito está tumultuando o mercado. O dono de posto que compra gasolina, o distribuidor, ninguém está comprando nem vendendo. A própria Petrobras para de vender”, avaliou.