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Foto: Divulgação/Ascom Codevasf

O luzense José Hailton Carneiro de Oliveira, que está há pouco mais de 40 dias no cargo de superintendente regional da Codevasf em Juazeiro, no norte da Bahia, continua entrando em contato com os irrigantes da região para buscarem juntos soluções emergenciais para este período de estiagem e a consequente crise hídrica pela qual passa também o semiárido baiano. Ele participou esta semana de uma visita ao perímetro irrigado Tourão, a convite do gerente executivo da Associação dos Usuários do empreendimento (AUPIT), Walter Farias Gomes Júnior.

O encontro foi realizado na sede da associação, e na oportunidade o gerente Walter Farias fez uma apresentação sobre a história e as características de funcionamento e gestão do perímetro irrigado. Participaram do evento técnicos da Codevasf e o diretor financeiro da Agrovale, Gustavo Colaço Neto. Após a apresentação, o superintendente e a comitiva de técnicos visitaram a tomada de água principal do empreendimento agrícola, onde Walter Farias detalhou o funcionamento e explicou ao superintendente quais os problemas causados pela redução do volume de água do rio São Francisco no ponto de captação do perímetro.

Tourão

Segundo Walter, o perímetro possui seis Estações de Bombeamento (EB’s), compostas por 43 motobombas. A vazão captada na EB1 é de 19,89 m³/s, com a utilização de nove motobombas. A vazão de recalque e distribuição nas outras EB’s (2 a 6) é de 44,13 m³/s, com a utilização de 34 motobombas. Esse complexo utiliza uma potência instalada de 18 Mw para levar a água através de um canal trapezoidal de 65,5 km dentro da área do Tourão. O funcionamento do empreendimento agrícola começou em 1979, e segundo Walter, a AUPIT tem 27 anos de atuação junto a seus associados.

A Agrovale é a empresa âncora do perímetro, utilizando 93,4% da área irrigável (14.293,39 ha). A área destinada a médias empresas é de 201,19 ha (1,3%) e os pequenos produtores utilizam uma área de 808,45 ha (5,3%). No Tourão, a Agroindústria do Vale do São Francisco S.A. (Agrovale), cultiva cana de açúcar. Das duas médias empresas localizadas no perímetro, somente a Special Fruit está em funcionamento, e cultiva manga, uva e maracujá. Os produtores familiares são responsáveis pela produção principalmente de manga, coco, melão, cebola, maracujá e maracujá. Walter calcula que aproximadamente 385 famílias vivem no perímetro. O Tourão tem mais de 36 anos e segundo Walter, com a ajuda da Codevasf, já estão sendo feitos, em ritmo acelerado, trabalhos de modernização dos sistemas de irrigação, visando a economia de água, aumento da produtividade e conservação do meio ambiente.

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Foto: Divulgação/Ascom Codevasf

Novas perspectivas

Diante da atual redução no volume de água no reservatório da barragem de Sobradinho, que segundo a CHESF, nos últimos dias teve uma variação de afluência de 680 m³/s para 880 m³/s de 24 a 29/11, e defluência em torno de 940 m³/s no mesmo período, a AUPIT continua analisando projetos e estudos para enfrentar uma situação de possível racionamento. Segundo Walter Farias essas pesquisas já começaram há alguns anos, diante da mudança do clima no planeta.

Algumas avaliações técnicas indicam que o perímetro pode operar com uma vazão mínima de até 830 m³/s, e a associação está se preparando para enfrentar essa situação, caso ela ocorra. O uso de sistemas emergenciais de captação de água (Flutuantes) está na lista de opções da entidade. Esses assuntos foram apresentados ao superintendente regional da Codevasf em Juazeiro, José Hailton Carneiro de Oliveira ainda na visita a tomada de água do Tourão. Em seguida a comitiva da Codevasf foi até o escritório da Agrovale  para um encontro com o presidente da empresa, João Bastos Colaço Dias.

Entre os assuntos tratados pelo presidente e o superintendente, esteve a necessidade do aumento do apoio de políticos da região na esfera federal para o desenvolvimento da região. Segundo os dois gestores, os recursos oriundos de emendas parlamentares têm se tornado de suma importância para que a Codevasf continue promovendo ações emergenciais de convivência com a seca, como abertura e instalação de poços, recuperação de aguadas, doação de implementos agrícolas, como tratores, carretas, arados e máquinas forrageiras.

Na opinião de João Colaço, que já foi deputado federal pelo estado de Pernambuco, a região está precisando de representação política em Brasília para a obtenção de recursos federais a serem investidos na região, que possui uma importância agrícola muito grande no cenário nacional e até internacional. A visita da comitiva da Codevasf à Agrovale foi encerrada com a consolidação da parceria entre a empresa agrícola e a nova gestão da companhia federal.

Ascom Codevasf 

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