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Por G1 BA

Cris Santos criou "picoré' e 'picorá' | Foto: Arquivo Pessoal

Cris Santos criou “picoré’ e ‘picorá’ | Foto: Arquivo Pessoal

Geralmente gelado e com gosto de frutas ou de chocolates, o picolé é a saída para muitos que querem aliviar o calor. A gastrônoma baiana Cris Santos, de 44 anos, tratou de mudar o ritual e trouxe o tradicional tempero baiano, com a criação do “picoré” e “picorá” – inspirada no acarajé e no abará, dois dos quitutes mais conhecidos da Bahia.

Cris Santos, dona da lanchonete virtual “Pizzará”, ganha a vida fazendo releituras do acarajé e abará. O “picoré”, por exemplo, tem o formato do picolé, mas é frito, feito com a receita base do acarajé e ainda tem um “patêzinho”, que faz a iguaria se assemelhar com uma paleta mexicana.

Desta vez, a inspiração veio do picolé de coxinha, criado pelo paulista Clayton Quintiliano.

“Na semana passada, eu vi uma matéria de um homem chamado Clayton, de Jaú, em São Paulo, e ele fez um picolé de coxinha e eu achei super interessante. ‘Poxa, eu ainda não criei um picolé ainda, eu vou fazer. Já que já fiz tanta coisa, vou fazer o picolé também”, disse Cris Santos.

“A gente que trabalha com criatividade, fica inquieta até conseguir fazer as coisas. Eu fiz o ‘picoré’ e o ‘picorá’ em casa, chamei a família e os vizinhos para ver o que eles achavam”.

Quitutes são inspirados na receita base do acarajé | Foto: Arquivo Pessoal

Quitutes são inspirados na receita base do acarajé | Foto: Arquivo Pessoal

Na lanchonete virtual, Cris Santos esbanja releituras do acarajé e abará. Lá você encontra pizzas, empadas e até ovos da Páscoa. As iguarias custam R$ 10 e são entregues pelo sistema delivery.

“Eu fiquei tão ansiosa, tão louca, que o ‘negócio’ deu certo, um filho. Tem toda uma gestação, a gente fica pensando e de repente nasceu o filho”, comemorou.

A Pizzará faz entrega em todos os bairros de Salvador e até em Camaçari, cidade da região metropolitana.

“Eu penso nas coisas, eu sonho, sabe? A história do picolé quente não é minha, mas o picolé ‘abaianado’ é nosso e, se você for baiano, é seu também”, disse a gastrônoma.

Cris explica que os lanches criados por ela não seguem a receita base do acarajé e abará, já que as iguarias são consideradas patrimônios imateriais.

“Se você muda um item, se você tira ou acrescenta alguma coisa, você já modifica. Eu coloquei outros itens que não alteram o sabor, que não alteram a textura, mas que não é a receita base e me dá embasamento para trabalhar segura”.

“Tanto para o ‘picorá’, como para o ‘picoré’, eles seguem uma receita base de acarajé, parecida com algumas coisas, mas não é igual”, disse.

A gastrônoma garante que o sabor é muito parecido com o do acarajé. “Você vai comer e vai pensar que é igual, como as minhas pizzas, empadinhas, os ovos de páscoas. Você come e acha que não tem diferença”, garante.

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