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Por TV Bahia e g1 BA

Vítima de injúria racial em Tucano, comenta crime | Foto: Reprodução/TV Bahia

A vendedora Jéssica Martins, vítima de racismo que foi chamada de “neguinha escrava” em uma loja de Tucano, a cerca de 252 quilômetros de Salvador, desabafou, nesta sexta-feira (2), ao relembrar o caso.

“É lamentável que pessoas assim ainda existam, que tentam nos humilhar, nos rebaixar apenas pela cor da pele, por um status de trabalho ou por orientação sexual. É inacreditável”.

De acordo com a Polícia Civil, o caso aconteceu no dia 26 de agosto, mas as imagens só viralizaram nas redes sociais na última quinta-feira (1º). A mulher que ofende a vendedora já foi identificada e câmeras de segurança do estabelecimento foram recolhidas, para ajudar na investigação.

A vendedora ainda detalhou como a situação ocorreu. Segundo ela, a forma de pagamento escolhida pela cliente não estava dando certo e a mulher passou a tratar mal a funcionária.

“Tudo aconteceu quando a cliente chegou até o caixa. Uma forma de pagamento que ela optou não estava dando certo e ela foi ignorante com a menina que estava operando o caixa e comigo, inclusive, nos chamou de vagabunda”, relatou.

A funcionária afirmou que o gerente do estabelecimento foi chamado para tentar resolver a situação e garantiu que todas as medidas já foram tomadas. Jéssica registrou um Boletim de Ocorrência no mesmo dia do ocorrido.

Parte da discussão foi gravada por imagens de câmera de celular. O g1 teve acesso a um dos vídeos, que já se inicia com a cliente chamando a funcionária de bandida. A trabalhadora responde que bandida era a mulher. A cliente então passa a humilhar a funcionária, e com o dedo no rosto de Jéssica, passa a ofendê-la.

Mulher é investigada por injúria racial após chamar funcionária de loja de ‘neguinha escrava’ | Foto: Arquivo pessoal

“Se enxergue, se coloque no seu lugar, garota, antes de olhar para mim”, disse a cliente.

Nas imagens, a funcionária chama a cliente de louca, e a mulher passa a responder com ofensas racistas. Além disso, a mulher afirma que vai processar a jovem. Toda a discussão é acompanhada por outros funcionários da loja, que não intervieram na situação.

“Eu te processo antes de você me processar de ‘neguinha’. Você me chamou de louca e eu te chamei de ‘neguinha escrava’”, admite a cliente.

A trabalhadora então respondeu que a atitude dela era de “uma pessoa desequilibrada”. A mulher então proferiu mais ofensas racistas.

“Se coloque no seu lugar. Vá fazer seu serviço, louca, neguinha, me processe”.

A reportagem entrou em contato com as Lojas Americanas, onde o crime foi cometido. A empresa informou que acolheu e que tem dado suporte aos trabalhadores. Além disso, informou também que está à disposição da polícia.

Na mesma nota, a rede de loja de departamentos informou que lamenta o caso de racismo, e que o respeito à diversidade está entre os valores fundamentais da companhia, que tem a equidade racial como um dos pilares de estratégia de sustentabilidade corporativa.

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