Reportagem denuncia fraudes em contratos com cooperativas de saúde em Araci e diversos municípios baianos | Foto: Reprodução/Rede Globo

Após dois meses de investigações sobre a ação de cooperativas de saúde nos municípios do interior da Bahia, o Fantástico exibiu neste domingo (09) uma reportagem que denuncia o mau uso do dinheiro público. Durante duas semanas, o Fantástico ocupou duas salas de um prédio comercial em Salvador. O repórter Eduardo Faustini se apresentou como um representante de um grupo de prefeituras e  negociou com a diretora da Cooperativa Baiana de Saúde (Cooba), Cláudia Gomes, contratada por sete municípios, inclusive Araci. Segundo ela, 7% da verba destinada à saúde vai para a cooperativa e 10% para a parte da pessoa que fizer a indicação. “Vamos fazer uma parceria minha e sua. Os municípios que você indicar que a gente fechar, eu fico com a parte de 7% e você com a parte de 10% [propina]”, propôs. Vale lembrar que foi assinado,  em abril deste ano, um contrato entre a prefeitura de Araci e a Cooba no valor de R$ 4,25 milhões. 

Enquanto isso, Damiana, que mora em um povoado na zona rural de Araci, precisa mostrar a um médico o eletrocardiograma que fez há quatro meses no hospital da cidade. É uma caminhada de seis quilômetros com o sol a pino até o posto de saúde mais perto de sua casa. Duas horas depois, quando chega ao posto, a decepção de sempre: as fichas de atendimento tinham acabado. A reportagem do Fantástico ainda visitou um Posto de Saúde da Família (PSF) no povoado de João Vieira que, segundo a Cooperativa, tem um médico trabalhando 40 horas por semana. No entanto, no momento em que recebeu a visita do Fantástico, a unidade de saúde estava abandonada.

O Fantástico também denunciou a Coopersaúde, dirigida por Mário Luciano Rocha, que atua em 15 municípios da Bahia, a exemplo de Candeias, na Região Metropolitana de Salvador.

De acordo com a lei, as cooperativas contratadas pelas prefeituras para fazer a gestão da saúde pública não podem ter fins lucrativos. Em tempo, vale lembrar ainda que quando a fraude é comprovada, o Ministério da Saúde prevê a suspensão dos recursos. 

Redação Notícias de Santaluz

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