Eleição na Câmara: partidos que apoiam Lira articulam bloco único, com PT, de Lula, e PL, de Bolsonaro
Por blog da Ana Flor
A aliança parlamentar formada por Arthur Lira (PP-AL) é tão hegemônica que tem potencial de unir dois partidos que estiveram em lados opostos na eleição presidencial de 2022.
Legendas que apoiam a reeleição do presidente da Câmara articulam a formação de um bloco único, que reunirá o PT, do presidente Lula, e o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Outros partidos também devem integrar o bloco, como União Brasil, PP, PSD, MDB e Republicanos.
A ideia é a construção de um acordo para a distribuição dos cargos da Mesa Diretora e das presidências das comissões da Casa.
O tamanho das bancadas é levado em conta para a definição das vagas. Regimentalmente, os maiores blocos ou partidos têm preferência na escolha dos cargos e dos comandos das comissões.
As decisões também passam por negociações entre os partidos.
Lira é contra isolar PL
No início das conversas, alguns parlamentares do PT chegaram a defender a formação de um bloco que isolasse o PL, e que contaria apenas com siglas que fazem parte da base do governo.
Essa, contudo, nunca foi a ideia de Lira, que sempre se posicionou favoravelmente à formação de um bloco com todos os partidos que o apoiam.
Na mesma linha, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse em entrevistas que não seria possível isolar uma bancada de 99 deputados.
Resistência de bolsonaristas
A negociação por um bloco único também encontra oposição dentro PL, que formou boa parte da bancada com deputados bolsonaristas.
Para vencer essa resistência, o discurso dentro do partido é de que o bloco será de apoio a Arthur Lira, e não ao governo Lula. E de que as negociações serão feitas diretamente com o presidente da Casa.
Parlamentares do partido avaliam que, fora do bloco, perderiam espaço para escolha de cargos.
Alguns deputados que estão na base de Lula dizem que a formação de um bloco com o PL pode ser um erro político. Isso porque o movimento pode desagradar parlamentares da base, como os do MDB.
Com a entrada do PL, emedebistas perderiam posições na escolha dos cargos.