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Por g1 e GloboNews

Foto: Gil Ferreira/SRI

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), chamou de “absurdo” e “profunda contradição” o apoio de deputados de partidos da base do governo ao projeto de lei que concede anistia a condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, chamado de “PL da Anistia”.

“Além de ser uma profunda contradição apoiar o projeto sendo da base do governo, trata-se de uma grave afronta ao Judiciário e à própria democracia”, pontuou.

Segundo ela, o governo não está numa “operação de retaliação”, mas está sim mostrando aos deputados a “gravidade política, jurídica e institucional que significa apoiar este projeto”.

A ministra ainda pontuou que o PL é “para garantir a impunidade de Bolsonaro e de quem mais tentou derrubar este governo, inclusive matar o presidente Lula”.

Em seguida, destacou:

“É um absurdo apoiar urgência para um projeto sendo da base do governo, trata-se de uma grave afronta ao Judiciário e à própria democracia. Urgência é preciso para projetos que beneficiam o povo brasileiro e não para proporcionar golpe continuado.”

A declaração de Gleisi acontece no dia seguinte à apresentação pelo líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), de um pedido de urgência para o projeto de anistia a envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro.

Mais da metade das 262 assinaturas que viabilizaram a apresentação do requerimento de urgência para o projeto são de partidos do Centrão que comandam ministérios do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na semana passada, Hoffmann foi criticada porque disse que anistia ou mediação de pena era “defensável do ponto de vista de alguns parlamentares”, o que revoltou alguns magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF).

No dia seguinte, a ministra afirmou que fez uma “fala mal colocada” e justificou:

“O que eu quis dizer é que cabe ao Congresso fazer a mediação com o Judiciário das questões envolvendo o 8/1 dessas reclamações que parlamentares estão fazendo sobre penas elevadas. Conversar, sim, cabe ao Congresso. Mas revisar pena é Judiciário”, afirmou. “Não tem anistia nenhuma, como quer Bolsonaro.”

Nesta terça, o presidente da Câmara, Hugo Motta, publicou uma mensagem em uma rede social dizendo que, em uma democracia, “ninguém tem o direito de decidir nada sozinho” e que as pautas que devem avançar, no Legislativo, devem ser discutidas com os líderes das bancadas da Casa.

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