Grupos de extrema direita já se mobilizam de forma independente de Bolsonaro e tendem a ficar mais violentos, diz antropóloga
Por g1
A antropóloga Isabela Kalil, coordenadora do Observatório da Extrema Direita e do curso de Sociologia e Política da Escola de Sociologia e Política de São Paulo, afirmou em entrevista ao podcast “O Assunto” que grupos de extrema direita no Brasil já agem de forma independente de Jair Bolsonaro (PL) e tendem a diminuir em número de pessoas, mas a ficar mais violentos.
A antropóloga conversou com a jornalista Natuza Nery sobre como a extrema direita se estruturou no país até chegar ao ato terrorista do último domingo (8) em Brasília, quando golpistas invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto.
A pesquisadora considera o atual momento desses movimentos radicais uma nova fase, que pode ser chamada de pós-bolsonarismo.
“Bolsonaro já não é mais a figura que, de uma certa maneira, mobiliza esses atores. Então, esses atores conseguem se mobilizar de forma independente de Bolsonaro. E a gente tem um jogo, digamos assim, contraditório, que é: cada vez a gente vai ter um número menor de pessoas mobilizadas em torno dessas agendas [da extrema direita], só que esse número, mesmo que reduzido de pessoas, tende a ficar cada vez mais violento”, afirmou.
“O que isso significa? Menos gente apoiando essa agenda, só que os que permanecerem podem aumentar, subir o seu grau de violência, de radicalidade”, explicou Isabela.