Intervenção no RJ é solução para enterrar a reforma da Previdência
Por Gerson Camarotti
Apesar de questionamentos sobre eventual inconstitucionalidade em revogar o decreto de intervenção no Rio de Janeiro para votar a reforma da Previdência, do ponto de vista político, integrantes no Planalto já não trabalham com cenário de votação da proposta. A percepção interna é a de que não há votos suficientes e, diante disso, o governo não colocaria a proposta em votação com risco de derrota. “Se o governo tivesse esperança de votar a reforma da Previdência, teria deixado para assinar o decreto no final de fevereiro”, disse ao Blog do Camarotti um ministro próximo de Temer. Para aliados do governo, a intervenção passou a ser uma solução política para colocar um ponto final na reforma da Previdência, sem caracterizar uma derrota do governo junto à base no Congresso Nacional. No Supremo Tribunal Federal, a avaliação é que a revogação do decreto com o único objetivo de votar da Previdência seria inconstitucional e o caso acabaria judicializado. Pela Constituição, o decreto só pode ser revogado se cessada a causa que motivou a edição do ato. E, nesse caso, um decreto com nova intervenção não poderia ser publicado novamente. Mesmo assim, o presidente Michel Temer disse em pronunciamento que, se tiver votos para aprovar a reforma, o decreto pode ser cessado, o que, na avaliação de integrantes do STF, não pode acontecer.
Huuummmmm… Não seria o contrário? Será que, se a intervenção der certo, a popularidade de Temer não aumenta?
Essa pode ser uma ótima cartada do atual Governo Federal.