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Por BBC

Rosa Maria Da Cruz, que manteve a filha no porta-malas de um carro, durante julgamento em corte de Tulle, na França | Foto: Georges Gobet/ AFP

Rosa Maria Da Cruz, que manteve a filha no porta-malas de um carro, durante julgamento em corte de Tulle, na França | Foto: Georges Gobet/ AFP

Uma história escabrosa chegou ao fim – ao menos do ponto de vista legal. Para a vítima, porém, as sequelas durarão a vida toda. Durante 23 meses, Rosa-Maria Da Cruz escondeu sua bebê Séréna entre o porta-malas de seu carro cheio de vermes e um quarto vazio de sua casa próxima à localidade de Brive-la-Gaillarde, no sudoeste da França. A bebê foi encontrada em 2013. Hoje, a menina de 7 anos tem traços autistas causados por privação sensorial, segundo os especialistas que a examinaram. A menina, que não fala nem socializa, está em um orfanato. Aparentemente, Da Cruz, de 50 anos e nascida em Portugal, não queria que seu marido e os outros três filhos soubessem da existência de Séréna. Séréna foi achada por um mecânico que escutou ruídos enquanto consertava o carro da mulher. Ao abrir o porta-malas, o homem encontrou a menina suja com excrementos. Segundo o veículo jornalístico France Info, um especialista que examinou Séréna pouco depois de seu resgate disse que a menina sofria de uma estranha forma de autismo. Outro especialista que viu a bebê a descreveu como se “estivéssemos em frente a uma espécie de muro, sem reação, sem nada.” Ela [Da Cruz] disse que via Séréna como “uma coisa” até que o bebê tinha 18 meses, quando lhe sorriu. Às vezes se esquecia de alimentá-la por dias. “Quero pedir perdão a Séréna por todo o dano que lhe causei”, ela disse no tribunal. “Me dou conta de que a feri muito e de que nunca mais voltarei a ver minha pequena filha.” Da Cruz foi condenada a 5 anos de prisão, mas só terá de cumprir dois. Segundo a corte, a sentença lhe permitirá educar os outros filhos. “A corte quis levar em conta seus antecedentes, e essa decisão pode decepcionar muitos”, disse o juiz. Ele também ordenou que a mãe perdesse permanentemente a guarda da filha. Da Cruz será acompanhada por assistentes sociais durante cinco anos e receberá tratamento psiquiátrico.

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