Manifestação pede justiça após morte de homem agredido por guardas em festa de Santaluz

Poucas horas depois da confirmação da morte de Marcelo Silva Santos, de 33 anos, Santaluz parou. Na tarde desta quinta-feira (24), familiares, amigos e moradores da cidade foram às ruas pedir justiça. O protesto foi silencioso em alguns momentos, forte em outros — e sempre carregado de dor.
A manifestação foi marcada por uma oração em um trecho do circuito da festa de 90 anos da cidade, onde Marcelo foi agredido por guardas civis municipais no último domingo (20). De lá, o grupo seguiu em caminhada pelo centro da cidade. Passaram pela sede da Guarda Municipal — onde os gritos por justiça ganharam força — pela prefeitura e continuaram o ato em frente ao fórum de Santaluz, em mais um momento de comoção.

Marcelo era canteiro em uma pedreira da cidade. Segundo a família, ele foi atingido por golpes de cacetete quando os guardas tentavam dispersar o público que acompanhava um trio elétrico. Foi socorrido por bombeiros civis e pelos próprios agentes, levado ao Hospital Municipal de Santaluz, recebeu alta na segunda-feira (22), mas passou mal em casa, voltou a ser internado e não resistiu. Deixa uma filha de 9 anos.
A família registrou o caso na delegacia da cidade, que já abriu um inquérito para investigar o caso. Pouco tempo depois da manifestação, o corpo de Marcelo foi encaminhado para o Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Serrinha, onde passará por necropsia.

Até a publicação desta matéria, a Prefeitura de Santaluz não se manifestou oficialmente. A Guarda Municipal divulgou uma nota de pesar. Já a Câmara de Vereadores emitiu nota de repúdio, lamentando o ocorrido e cobrando apuração rigorosa. A Corregedoria da Guarda instaurou um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar a conduta dos cinco agentes envolvidos. O prazo é de 30 dias.
Enquanto isso, quem conhecia Marcelo pede justiça. E tenta entender como uma festa de comemoração terminou em tragédia.



