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Por g1

Foto: Reprodução/JH

O pré-candidato do Podemos à Presidência da República, Sergio Moro, afirmou nesta terça-feira (15) que o Brasil está estagnado economicamente e que o governo do presidente Jair Bolsonaro “fracassou”.

Moro participou de um encontro com o Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras e com o Fórum Nacional de Filantropia e de escolas confessionais em Brasília. O pré-candidato fica na cidade até esta quinta-feira (17), onde também se encontrará com lideranças políticas.

“Tem muita gente que se desapontou com esse governo. O Brasil está estagnado economicamente. As pessoas estão sofrendo, o desemprego está alto, a inflação está crescente. Todo mundo tem razões para estar desapontado com esse governo, porque não entregou os resultados, não entregou as promessas. No fundo, o governo fracassou”, afirmou a jornalistas ao final do encontro.

Moro é ex-juiz e deixou a magistratura no final de 2018 após aceitar convite de Bolsonaro para fazer parte do governo. Ele foi ministro da Justiça de Bolsonaro do início do governo, em janeiro de 2019, até abril de 2020, quando deixou o cargo sob a alegação de que o presidente interferia na Polícia Federal.

Desde então, Moro tem criticado o governo Bolsonaro.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, acelerou para 1,01% em fevereiro e, em 12 meses, acumula alta de 10,54%.

Em 2021, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 4,6%, depois de ter registrado queda de 3,9% em 2020, primeiro ano da pandemia do novo coronavírus. Apesar do crescimento do ano passado, o PIB ainda está 2,8% abaixo da melhor marca histórica, alcançada em 2014.

No trimestre encerrado em dezembro de 2021, a taxa de desemprego no Brasil ficou em 11,1%. A falta de trabalho ainda atinge 12 milhões de brasileiros.

Combate à corrupção

Moro disse ainda que o governo Bolsonaro acabou com o combate à corrupção no país e que o judiciário contribuiu “igualmente” para o enfraquecimento das ações.

Esta parte do evento não foi aberta à imprensa, mas vídeos divulgados pela assessoria do pré-candidato registraram a resposta de Moro a uma pergunta sobre retrocessos no combate à corrupção.

O ex-ministro disse que a “opinião pública deixou de prestar a atenção no assunto” e que o “sistema político” se aproveitou para reagir, alterando leis, o que dificulta o combate à corrupção.

“Nesse governo, acabou o combate à corrupção. Simplesmente conseguiram acabar. Culpa só do governo, não. Culpa também dos outros Poderes. Mas o resultado final é esse. Não tem ninguém sendo investigado e preso por corrupção no Brasil hoje. Tem o guarda da esquina, isso continua”, afirmou Moro.

“Os grandes tubarões estão passando ao largo e quem tinha sido condenado está tendo as condenações anuladas. O judiciário, lamentavelmente, parcela do judiciário, contribuiu igualmente para o enfraquecimento do [combate] à corrupção. Anulação de condenações por corrupção que ninguém entende o motivo”, acrescentou o ex-ministro.

Em suas manifestações, Moro vem criticando a anulação, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), de uma decisão dele que condenou à prisão o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no âmbito da Lava Jato.

Em entrevista ao programa “Em Foco”, da jornalista Andréia Sadi, Moro disse que respeita a Suprema Corte, mas chamou a decisão de “baita erro judiciário”.

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