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Por Jornal Nacional

Foto: Pixabay

O número de mortes por dengue quadruplicou no país em 2022. Para evitar o avanço da doença e combater o mosquito, o caminho passa pela prevenção.

A luta é inglória. A aposentada Sandra Abreu mata um mosquito, mas sabe que outros virão porque o criadouro, o perigo, mora bem embaixo da sua varanda, em dois piscinões de água parada numa obra que, há anos, foi abandonada.

“Seis horas da tarde tem que fechar a porta para os pernilongos não entrarem. O mosquito da dengue já apareceu aqui na minha varanda. Tirei pratinho de tudo. Tenho várias plantas, mas por conta desse piscinão retirei todos os pratinhos para não ter problema”, diz a aposentada Sandra Abreu.

Só na ruela de uma comunidade na Zona Sul de São Paulo foram seis casos de dengue no começo desse ano. Evitar a repetição desses surtos localizados é um dos focos dos agentes da prefeitura. Um trabalho enorme que depende da ajuda e da consciência de cada um.

“Teve um aumento do número de casos bastante significativo no início do ano de 2022. Foi um ano bem chuvoso, e também pelo processo de expansão da dengue para o sul do país. Então, temos estados que antes não tinham tanta ocorrência de dengue, como Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que passaram a sofrer com a dengue. E uma doença nova chegando num estado novo, uma população nova, leva a um aumento do risco de óbitos. Então, isso explica em parte o aumento do número de casos no verão passado”, explica Claudia Codeço, coordenadora do InfoDengue e pesquisadora da Fiocruz.

Para evitar que esse verão faça mais vítimas, 11 mil agentes de saúde e controle de endemias começaram um trabalho de prevenção na cidade de São Paulo. O alerta vai para o poste, está na faixa aberta para os motoristas, bate nas portas.

O cuidado para evitar os pequenos e os grandes criadouros já é bem conhecido dos brasileiros e não pode ser deixado para depois.

“É o momento da prevenção de todos nós. Nos atentarmos para as possibilidades de focos de água parada e eliminar qualquer tipo de recipiente que possa ficar com água parada e isso tornar-se um criadouro para o mosquito da dengue”, diz Luiz Artur Caldeira, coordenador de Vigilância em Saúde da capital paulista.

A Secretaria municipal de Saúde de São Paulo disse que fez uma vistoria nesta segunda-feira (26) no terreno com água parada mostrado na reportagem e informou que aplicou larvicida no local e que vai monitorar a área.

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