Obra do shopping popular em Santaluz, financiada com parte de empréstimo de R$ 26 milhões, está paralisada e atrasada há quase um ano; vereadores dizem que dinheiro acabou e cobram explicações sobre ‘elefante branco’ no centro da cidade

Uma obra anunciada como símbolo de modernização do comércio de Santaluz pode estar se transformando em um clássico exemplo de “elefante branco” no coração da cidade. O shopping popular, prometido pela gestão do prefeito Arismario Barbosa Júnior como parte de um pacote financiado por um empréstimo de R$ 26 milhões junto à Caixa Econômica Federal, segue com tapumes, cadeado no portão e nenhum trabalhador à vista.
Nesta sexta-feira (30), uma comitiva formada pelos vereadores Jó (presidente da Câmara), Sérgio Suzart, Paulão, Higor de Paulo e Jeová da Serra Branca visitou o local após cobranças feitas pela população. O grupo encontrou o canteiro de obras fechado com corrente e cadeado. De acordo com os parlamentares, a obra está paralisada, e nenhum representante da prefeitura foi encontrado no local, apesar das tentativas de contato.
A construção, que deveria ter sido entregue em setembro de 2024, foi orçada pela prefeitura em mais de R$ 8 milhões. Em março do ano passado, cerca de trinta operários que atuavam na obra realizaram um protesto por salários atrasados, o que acendeu o alerta sobre os problemas no andamento do projeto.

Nas redes sociais, o vereador Paulão afirmou que o shopping foi uma das promessas feitas pelo prefeito quando buscou o empréstimo milionário com recursos federais, mas disse que, apesar de todo o dinheiro já ter sido usado, “a obra parece não ter chegado nem à metade”.
O shopping está sendo construído ao lado da feira livre municipal, no local onde funcionava o antigo centro de abastecimento. Comerciantes que atuavam ali foram removidos no início da intervenção e realocados em uma estrutura improvisada, feita com toldos e madeirite. A solução provisória, no entanto, tem se arrastado. Segundo os vereadores, comerciantes relatam prejuízos, furtos e condições precárias para manter os negócios.

A fiscalização dos vereadores após cobranças da população reforça o sentimento de abandono em torno da obra, que prometia organizar o comércio popular e valorizar a região central da cidade, mas hoje representa, na avaliação de um observador da política local ouvido pela reportagem, mais um caso de obra pública sem prazo, sem transparência e sem respostas concretas da gestão municipal.
Até a publicação desta matéria, a prefeitura de Santaluz não havia se pronunciado oficialmente sobre a situação.
Notícias de Santaluz em parceria com Djota Radialista


