Operação da Polícia Federal apura desvio de recursos públicos destinados ao Hospital Regional de Juazeiro
A Polícia Federal, com o apoio da Controladoria-Geral da União, deflagrou na manhã desta quinta-feira (19) operação visando desarticular um esquema de fraude em licitações e desvio de recursos públicos destinados à gestão do Hospital Regional de Juazeiro (HRJ), no norte da Bahia.
A PF informou que cumpre cinco mandados de prisão preventiva, um mandado de prisão temporária e dezesseis de busca e apreensão nas cidades de Salvador, Castro Alves, Guanambi e Juazeiro. Na casa de um dos alvos dos mandados, foram encontrados mais de R$ 275 mil e US$ 1.400.
Segundo a PF, as investigações apontam que a organização criminosa investigada fraudou licitações públicas e passou a dominar a gestão de inúmeras unidades da rede estadual de saúde, sob gestão indireta, por intermédio de diferentes Organizações Sociais de Saúde (OSS), sendo que essas organizações são controladas por um mesmo grupo empresarial, quase sempre registradas em nome de “laranjas”.
A PF detalha ainda que essas instituições gestoras das unidades de saúde passaram a contratar empresas de fachada, ligadas ao mesmo grupo, de forma direcionada e com superfaturamento, por meio das quais os recursos públicos destinados à administração hospitalar eram escoados, sem que muitos dos serviços fossem efetivamente prestados ou os produtos fossem fornecidos.
A Polícia Federal disse que identificou que parte dessas empresas são de consultoria, assessoria contábil e empresarial, comunicação social, além de escritórios de advocacia.
Ainda segundo a PF, durante as investigações, que tiveram início em junho deste ano, foram acompanhadas diversas situações no Hospital Regional de Juazeiro, como a falta de medicamentos, de insumos e equipamentos, atraso no pagamento de salários, dentre outras, gerando uma situação de transtorno aos pacientes. A PF informou que a unidade de saúde passou a receber quase R$ 1 milhão a mais em razão da pandemia do novo coronavírus.
Conforme a Polícia Federal, “o nome da operação, Metástase, faz alusão à corrupção, uma espécie de câncer que atinge a nossa sociedade”.
Os investigados responderão pelos crimes de fraude à licitação, peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
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